Cidades

Lutador suspeito de espancar e matar enteado vai a julgamento

Daryell Dickson teria espancado Miguel Estrela, de 1 ano e 11 meses, até a morte

postado em 17/06/2015 08:36

Durante o julgamento de Daryell Dickson de Menezes Xavier, a mãe da vítima afirmou que o acusado falou, na época do crime, que o Satanás entrou na casa dele. "Não consigo assimilar algumas coisas até hoje. Eu tenho o direito de saber, mas ele nunca me contou", disse Danielle Estrela, mãe de Miguel, criança de 1 ano e 11 meses espancado até a morte em março de 2014, em Vicente Pires. Danielle também relata que recebeu mensagens "muito confusas" do acusado, mas não explicou o conteúdo delas.

A mãe relembrou o dia da violência: ela ficou do lado de fora da emergência do hospital esperando notícias. "Só me falaram que ele praticamente não voltaria. Só por um milagre", conta Danielle. Miguel faleceu dois dias depois.

O julgamento foi iniciado às 9h desta quarta-feira (17/6), mas teve de ser paralisado por falta de duas testemunhas, uma de defesa e outra de acusação. O médico Francisco Sales de oliveira Junior e a enfermeira Lívia Gracie, que atenderam Miguel Estrela, a criança de 1 ano e 11 meses que foi espancada até à morte, em Vicente Pires, em março de 2014, foram convocados, mas não se apresentaram. Família e amigos da criança estão concentrados em frente ao Fórum de Taguatinga.

[SAIBAMAIS]O juiz João Marcos Guimarães Silva, que conduz a sessão no Fórum de Taguatinga, havia autorizado o prosseguimento do júri, mas a defesa Daryell Dickson afirmou que a presença dos dois é fundamental. O magistrado então solicitou as presenças. O médico chegou por volta das 10h20 e o júri ainda aguarda a enfermeira. Caso ela não compareça por vontade própria, pode ser levada por força de mandado de condução coercitiva.



No total, participam do julgamento 18 jurados e 10 testemunhas, sendo cinco de defesa e cinco de acusação. Contra Daryell Dickson constam denúncias de homicídio qualificado, sem chance de defesa da vítima, e de estupro de vulnerável. A avó da criança, Márcia Estrela, diz que a expectativa é pela condenação de Daryell. "O desejo é que o martelo seja batido em pena máxima", afirma.


A primeira testemunha, Maria Clara da Costa Campos, técnica em enfermagem, afirmou que fez o primeiro atendimento de Miguel Estrela quando ele chegou ao hospital. Segundo ela, o menino chegou nos braços Daryell Dickson, por volta de 11h50. ;Ele pedia socorr e dizia que era filho dele;, disse. A técnica relatou ainda que o menino chegou com sinais vitais baixos e foi encaminhado diretamente para a sala vermelha, de reanimação. ;O Daryell ficou fora da sala, mas ainda no pronto-socorro. Quando sai da sala para buscar uma medicação, o vi de cabeça baixa, muito agitado. Ouvi a hora que ele falou assim: ;que merda eu fiz?;;

A agente Márcia Martins Moraes, investigadora da 38; Delegacia de Polícia (Vicente Pires). Em depoimento, ela reafirmou que viu os hematomas na criança e questionou ao médico se uma possível queda, levando em conta a altura da cama, seria suficiente para levar Miguel à morte. Segundo ela, o clínico teria negado. Márcia Martins afirma que Daryell Dickson, que estava na delegacia depondo, pediu para conversar com a mãe da criança. Ela teria ouvido ele pedindo perdão e afirmando que a agressão teria ocorrido porque ;satã havia entrado no corpo dele;.

O delegado da 22; Delegacia de Polícia (Taguatinga), João Maciel, afirmou, em depoimento nesta tarde, que tem "conviccção de que Darryel matou Miguel". Segundo o delegado, Darryel teria confessado o crime não-oficialmente, e o filho biológico do lutador, Alexandre, teria presenciado a cena e tentado impedir que o pai batesse em Miguel.

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