Jornal Correio Braziliense

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Greve de rodoviários continua e deve complicar a volta para casa

Metrô volta a operar com capacidade máxima entre 16h45 e 20h15. O DER liberou as faixas exclusivas até meia-noite, para diminuir caos no trânsito. Categoria quer reajuste de 20% no salário e 30% no vale-alimentação

Com 100% do serviço de transporte público parado desde a meia-noite, os rodoviários seguem em greve por tempo indeterminado, contrariando a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Com isso, os passageiros também vão enfrentar transtornos na volta para casa nesta segunda-feira (8/6). Até por volta das 15h30, nenhuma tentativa de acordo ocorreu entre empresários e trabalhadores, segundo o sindicato da categoria e a associação das empresas do transporte público. Apenas 450 veículos de cooperativas estão circulando hoje na capital.



A reportagem do Correio percorreu várias paradas de ônibus no início da manhã. Muitas estavam repletas de pessoas aguardando transporte, em cidades como o Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Taguatinga, Santa Maria, Sobradinho e Planaltina, por exemplo. Em contrapartida, era grande o número de veículos fazendo transporte pirata. Os preços cobrados chegavam a R$ 10 a passagem.



[SAIBAMAIS]Os que conseguiram chegar até uma estação de metrô também passaram por sufoco, espremidos dentro dos vagões. Das 6h às 9h45, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) operou em capacidade máxima, com 24 composições circulando. Normalmente, o número é reduzido a partir das 8h45. E para os que resolveram tirar o carro da garagem sobrou congestionamentos e acidentes, que travaram o trânsito até depois das 9h.

Impasse
Ontem, a categoria lotou o estacionamento do Conic para participar da assembleia. Rodoviários entoavam gritos de greve geral a cada tentativa dos representantes do sindicato em adiar o movimento. Com a decisão do TRT em mãos, o presidente Jorge Farias sugeriu a suspensão da jornada extra que coloca em circulação 40% de carros a mais nos turnos da manhã e tarde, tentou remarcar a paralisação para a próxima semana, mas houve recusa por parte dos rodoviários. A advogada dos trabalhadores esteve no local e acompanhou a votação.

Os trabalhadores reivindicam 20% de aumento salarial, 30% de tíquete-alimentação e cesta-básica, além de plano de saúde complementar. Os empresários, porém, oferecem 8,34% com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Segundo os patrões, o contrato de concessão com o GDF prevê a cláusula que só permite conceder um reajuste nos salários dos empregados com base na variação da inflação. Por isso, qualquer acréscimo passa pelo poder concedente, que teria de reajustar o subsídio.

Para saber mais
Como são calculadas as tarifas

Os subsídios que o governo paga às empresas de ônibus estão previstos em leis aprovadas pela Câmara Legislativa do DF. Estudantes, pessoas com deficiência e idosos têm direito à gratuidade. Com relação à tarifa técnica, prevista no edital de licitação, esse modelo de remuneração foi determinado porque o usuário, ao fazer uso da integração, não paga nova tarifa. Dessa forma ; se há integração ; deve haver um subsídio que remunere a viagem. Atualmente, os valores das tarifas técnicas são: Piracicabana R$ 3,1886; Pioneira R$ 3,7427; Urbi R$ 3,3653; Marechal R$ 4,7592 e São José R$ 3,2532.


Com informações de Isa Stacciarini, Bernardo Bittar, Paloma Batista e Ailim Cabral