Aumentou o número de pacientes internados na rede pública do Distrito Federal com superbactéria, assim como de unidades com esse tipo de registro. Agora, 16 pessoas estão isoladas no Hospital Regional de Santa Maria com a superbactéria acinetobactor baumannii. Dessas, 14 estão colonizadas (a doença ainda não virou infecção) e dois com a infecção.
A revelação foi feita na tarde desta quarta-feira (3/6), em entrevista coletiva convocada pela Secretaria de Saúde Pública do DF. Até então, havia apenas seis casos de pacientes com superbactéria, sendo quatro no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e dois no Hospital Regional do Guará (HRGu), que têm a acinetobactor baumannii.
De acordo com o infectologista Paulo Cortez, da Secretaria de Saúde do DF, essas bactérias ;fazem parte da rotina de um hospital;. Ele não descartou a possibilidade de os casos do Hospital de Santa Maria ter vindo de outras unidades de saúde, trazido por pacientes transferidos.
Mortes
Na noite dessa terça-feira (2/6), morreu mais uma paciente internada no HRT, com suspeita de ter sido contaminada por superbactéria. A mulher de 79 anos estava em isolamento desde 19 de maio. Ela foi o primeiro caso detectado de enterococo resistente ao antibiótico vancomicina, tradicionalmente usado no tratamento. O quadro da mulher era de insuficiência respiratória grave e, apesar de ter sido transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), não resistiu à contaminação.
A idosa morta ontem foi internada no HRT no último dia 15 para tratar de uma fratura na perna, mas desenvolveu um quadro de pneumonia. Após os primeiros exames, médicos suspeitaram de contaminação pela superbactéria e ela foi colocada em uma área separada dos demais pacientes. Outras pessoas que tiveram contato com a idosa acabaram isoladas também.
Ao todo, 25 pacientes tiveram que passar por exames e 17 tiveram os resultados negativos. Segundo informações da Assessoria de Comunicação do HRGu, os três pacientes isolados na unidade estão estáveis e respondendo ao tratamento médico. Estão internados na clínica médica e o fluxo de pacientes no pronto-socorro é normal.
Para o médico infectologista Alexandre Lima Rodrigues da Cunha, mesmo com as mortes, não há riscos na liberação do Pronto-Socorro do HRT. Para ele, o mais importante é manter uma higienização eficaz do local em qualquer caso de bactéria, não apenas naqueles em que as bactérias são consideradas multirresistentes. ;Qualquer paciente deve ser tratado com precauções padronizadas, e o isolamento de contato é preciso por conta da má higienização das mãos. É uma precaução tomada para cobrir a falha de uma medida que deveria ser universal;, pontuou. De acordo com a direção do HRT, o processo de descontaminação do local foi finalizado ontem pela manhã. Além disso, os profissionais que trabalham no hospital receberam orientações da equipe de Controle de Infecção Hospitalar.
Os isolados
Hospital Regional de Taguatinga
M.A.S. (91 anos) ; Paciente em tratamento para pneumonia. O estado clínico é estável.
L.C. (81 anos) ; Paciente está estável e respondendo aos tratamentos oferecidos. Ele possui insuficiência renal, diabetes e hipertensão arterial. Tem avaliação para possível alta.
P.S.T. (73 anos) ; Paciente está estável e respondendo aos tratamentos oferecidos. Ele possui doença pulmonar, hipertensão e hipertireoidismo. Tem avaliação para possível alta.
E.H.S. (74 anos) ; Paciente está estável e respondendo aos tratamentos oferecidos. Ele possui cardiopatia, faz uso de marcapasso, tem anemia e doença pulmonar. Tem avaliação para possível alta.
Hospital Regional do Guará
D.C.M. (85 anos) ; Paciente estável e respondendo bem ao tratamento clínico. Ele possui pneumonia, diabetes e hipertensão. Deve ter alta em breve.S.N.V. (83 anos) ; Paciente estável e respondendo bem ao tratamento. Possui diagnóstico de infecção urinária. Deve ter alta em breve.
Fonte: Secretaria de Saúde do DF