Os ônibus voltaram a circular às 15h desta quarta-feira (27/5) em todo o Distrito Federal, após rodoviários de cinco empresas de ônibus cruzarem os braços durante a manhã, alegando falta de acordo na negociação da data-base com as empresas. A paralisação relâmpago de cerca de 12 mil trabalhadores afetou ao menos 1,5 milhão de passageiros de todo o DF, segundo o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans). Aproximadamente 2,5 mil coletivos ficaram estacionados nas garagens.
Um dos diretores, Marcos Júnior Duarte, disse que já foram realizadas quatro rodadas de negociações, mas, até o momento, as empresas não apresentaram propostas. Sem acordo, os trabalhadores vão se reunir em assembleia no domingo (31/5), às 9h, no Conic, com indicativo de greve geral para a segunda-feira (1;/6). Segundo a associação das empresas, a paralisação não tem justificativa, já que as negociações ainda estão ocorrendo. Na última proposta feita, na quinta-feira (21/5), as empresas afirmam que chegaram a oferecer um reajuste de 8.34%, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, mas a categoria não aceitou. No ano passado, os rodoviários tiveram uma reajuste salarial de 20%, um dos maiores para a categoria em todo o país em 2014.
A Secretaria de Mobilidade (SEMOB-DF) informou que está acompanhando de perto a paralisação e tomará as medidas judiciais cabíveis para garantir a continuidade do serviço. "A paralisação dos rodoviários foi feita sem o aviso prévio previsto em lei, que é do mínimo 72 horas de antecedência", informou a secretaria em nota. A SEMOB disse entender que as negociações salariais dos rodoviários é um assunto das empresas.
Caos no transporte público
A paralisação ocorreu ao mesmo tempo em que cerca de 42 mil passageiros de cinco regiões administrativas ficaram sem ônibus, por conta da paralisação de rodoviários da cooperativa Cobrataete, que faz as linhas Varjão, Lago Norte, Planaltina, Paranoá e Itapoã. Eles reivindicam o pagamento do tíquete, cesta básica e o salário que está atrasado.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Rodoviários, Diógenes Nery, 140 motoristas e cobradores que trabalham em 50 microônibus pararam. ;Os funciónarios da empresa já haviam feito uma paralisação na última semana e o governo garantiu que faria o repasse de R$ 38 mil até esta terça-feira (ontem);. Ele afirmou ainda que a empresa alega não ter dinheiro porque o GDF ainda não fez o repasse. Em nota, o DFTrans disse que pagará os salários em atraso até sexta-feira (29/5).
Com informações de Nathália Cardim