Jornal Correio Braziliense

Cidades

Após transferir presos a pé, delegado de Planaltina de Goiás é afastado

Cristiomário Medeiros foi lotado em Alto Paraíso (GO). Ele afirma que irá recorrer à Justiça

Após a transferência de 20 presos a pé da Delegacia de Planaltina de Goiás (GO) para o Presídio Municipal no começo deste mês, o delegado Cristiomário Medeiros foi afastado da chefia da unidade do município e lotado em Alto Paraíso (GO). O comunicado foi feito, segundo o policial civil, mediante uma circular interna da corporação do estado. A Polícia Civil de Goiás confirmou a mudança.


Na última quarta-feira (5/5), a Justiça autorizou a transferência dos presos, mas, por falta de transporte suficientes, como carros da corporação e ônibus, os detentos tiveram que caminhar cerca de 2km algemados, escoltados por policiais. A medida foi tomada após a fuga de oito detentos da delegacia de Planaltina de Goiás, que estava
superlotada e que, há meses, enfrentava problemas no escoamento de presos para o presídio local.

Leia mais notícias em Cidades

Na ocasião em que os presos escaparam, o então delegado da unidade Cristiomário Medeiros informou que o local precisava de reforma. Isso porque uma grade com acesso à área externa da delegacia foi danificada para que eles conseguissem sair do local. Os reparos, no entanto, só poderiam acontecer após a transferência dos detentos, ainda de acordo com Medeiros.

Imprudência


O delegado regional de Formosa, que também é responde pelas delegacias de Planaltina de Goiás e Alto Paraíso, Joaquim Adorno, afirma que a ação de Medeiros foi imprudente. Segundo ele, a falta de transporte e um possível problema no abastecimento dos veículos, alegados pelo delegado, são questões descartadas. ;A cidade dispõe de sete viaturas. A ação colocou a comunidade e os policiais em risco. Foi uma forma de chamar atenção;, argumentou. ;O bom nome da policia foi desmanchado a nível nacional;, completou.


O delegado foi transferido para a delegacia de Alto Paraíso (GO), que fica a 184km de Planaltina de Goiás. Cristiomário entende a transferência como um tipo de punição. Para tanto, irá recorrer à Justiça para contestar a ação.