Jornal Correio Braziliense

Cidades

Clientes de bar na 201 Norte protestam contra o fechamento do local

Balaio Café foi fechado por causa de constantes reclamações de barulho durante as noites



De acordo com a dona do Balaio, a empresária, Jul Pagul, é a terceira vez, em nove anos, que o lugar é fechado. Ela alega que a interdição é fruto de preconceito contra a casa."Atribuem a nós (do Balaio) uma fama que ele não tem. Somos uma casa que oferece cultura. Aqui, funciona um Cineclube, abrimos as portas para grupos de capoeira, oferecemos uma biblioteca e temos um espaço para exposições". Ela disse que não tem nada a ver com a organização do evento na praça, mas é a favor dele. ;Apoio, claro. Estamos cansados de ser violentados;.

Embaixo de uma tenda de circo, a manifestação com calibre de festa ocorre de maneira pacífica, sem a presença da polícia nem de órgãos fiscalizadores. Hoje, ocorre o tradicional Forró dos Prazeres,com a banda Chinelo de Couro. ;Isso acontece toda quarta-feira. Sentimos falta do evento. Resolvemos, nós, criar uma comemoração e mostrar que o que fazemos é apenas nos divertir;, explicou uma mulher que não quis se identificar.

A organização vende bebidas alcoólicas no local para arrecadar fundos para suprir um acumulado de multas que chega a R$ 33 mil. Muita gente, no entanto, levou as próprias garrafas de vinho e suas latinhas de cerveja. Ambulantes estão trabalhando nos arredores. Além disso, homens estão passando chapéus de palha para tentar conseguir doações.

Lei do Silêncio
Não foi a primeira vez que o Balaio foi interditado por descumprir a Lei do Silêncio. De acordo com a produtora cultural Fernanda Pacini, 32 anos, ativista do movimento Quem Desligou o Som, existe muita injustiça na capital, quando o assunto é barulho. ; A Lei do Silêncio só multa quem ela quer. As pessoas fazem a medição dos ruídos de qualquer lugar, e isso é errado. Deveriam fazer isso dentro da casa das pessoas que reclamam, para ver se o som, de fato, chega até elas;, garantiu.

O Ibram permite ruídos de até 55 decibéis em estabelecimentos comerciais do Plano Piloto, durante o dia, e 50 decibéis, à noite. Até o fechamento desta matéria, haviam cerca de 150 pessoas na praça, e, o bar, continuava fechado.