Uma corrida de rua em que o vencedor não é aquele que chega primeiro. Na verdade, nem linha de chegada existe na Wings For Life World Run, uma iniciativa que reúne mais de 100 mil pessoas em 33 países, simultaneamente, com um objetivo: correr por aqueles que não podem. Todo o dinheiro arrecadado nas inscrições, com patrocínios e doações é revertido às pesquisas pela cura das lesões medulares. Este ano, o montante chegou a 4,2 milhões de euros (mais de R$ 14 milhões). A largada da segunda edição, ontem, foi às 8h (horário de Brasília) em todas as 35 cidades participantes. Os ganhadores são os que percorrem a maior quilometragem. Na capital federal, com 4 mil participantes, a prova teve início em frente ao Estádio Mané Garrincha e deu a volta no Lago Paranoá, passando por pontos como o Eixão e a via L4.
Diferentemente de outras disputas, nesta não há linha de chegada: os competidores correm de um carro seguidor. O veículo larga 30 minutos após os corredores e, quem for ultrapassado é eliminado. Ônibus escolares faziam a ;coleta; dos desclassificados, levando-os de volta ao Estádio Mané Garrincha. Após quase quatro horas de prova, o carioca Juan Salazar foi o vencedor da categoria masculina da corrida, com 52,6 km percorridos. Detalhe: tudo isso sem ser atleta profissional. ;Foi uma satisfação muito inesperada. Sou professor universitário. Treino bastante, mas esta não é a minha profissão. É uma realização pessoal muito grande;, comemorou. A austríaca Astrid Kaltenbock, 42, foi a mulher que mais correu. Ela venceu a categoria feminina ao percorrer 44,2km. ;Estamos todos correndo por uma causa incrível. É maravilhoso que tanta gente em tantos países diferentes estejam correndo ao mesmo tempo;, avalia.
O atleta Fernando Fernandes, 34 anos, é hoje o embaixador do Wings For Life World Run. Campeão mundial e bicampeão sul-americano de canoagem paralímpica, Fernandes lesionou a coluna em 2009, em um acidente de carro. Desde então, milita pela causa esportiva e, claro, por pesquisas que encontrem a cura para lesões medulares. ;Essa corrida é uma forma de abrir os olhos da sociedade, para ela começar a se atentar que um simples ato pode mudar a vida de muita gente;, diz. Outros famosos participaram da prova em Brasília, como a modelo Daniella Cicarelli e o ex-jogador de vôlei Tande. Florianópolis foi a outra cidade brasileira a receber a Wings For Life World Run.
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