Ciência e religião são duas visões complementares do mundo. Muitas vezes em campos opostos na história, cada uma torna, à sua maneira, a trajetória humana mais completa. Por isso, cientistas e religiosos que acompanham o tema defendem que leis e conceitos de uma não podem ser transpostos para a outra. Essa é a abordagem que orienta a conferência Ciência e Fé, que ocorre neste feriado, em Brasília. O evento tem participação de cientistas, como o físico britânico Gerald Schroeder e o psiquiatra e psicanalista Augusto Cury.
A conferência é aberta a todos os públicos, com foco em cientistas, professores e educadores que tenham intimidade com as noções de mecânica quântica. Isso porque esse campo da física foi o responsável por reinventar a visão científica. Deixou-se de lado a abordagem estritamente materialista para também considerar o aspecto metafísico, na avaliação do organizador da conferência, bispo Robson Rodovalho, da igreja Sara Nossa Terra. ;Esses dois domínios se completam, não competem entre si;, defende. Segundo ele, o fato de um campo tentar ditar as regras para outro provocou desgaste. ;A religiosidade tentou entrar em competência que não é dela. A Bíblia não é manual científico nem histórico-geográfico. Tentar fazer isso é uma exacerbação. A ciência, por sua vez, não pode entrar em alguns aspectos, no caso de amor, relacionamentos;, argumenta.
No ciclo de palestras, o físico Gerald Schroeder discute a ;Teoria da idade da Terra;, que relaciona o tempo de existência do planeta com os sete dias da criação do universo, na visão bíblica. ;Ele trabalha com a perspectiva do tempo, em uma visão de conciliação entre ciência e fé;, conta Rodovalho.
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