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Justiça absolve um dos envolvidos na morte de jovem em Águas Claras

O juiz Wagno Antonio de Souza entendeu que há dúvida razoável se Paulo Henrique Rocha Ribeiro, 19 anos, teria dado fuga aos dois adolescentes envolvidos no latrocínio

A 2; Vara Criminal de Taguatinga absolveu na terça-feira um dos envolvidos na morte do jovem Leonardo Almeida Monteiro assassinado quando chegava em casa em 29 de janeiro do ano passado em Águas Claras. O juiz Wagno Antonio de Souza entendeu que há dúvida razoável se Paulo Henrique Rocha Ribeiro, 19 anos, teria dado fuga aos dois adolescentes envolvidos no latrocínio.



Com a decisão, a prisão preventiva decretada contra o jovem foi revogada. Paulo Henrique tinha sido denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pelo crime de latrocínio e duas corrupções de menores. Para o magistrado, faltam provas suficientes da participação de Paulo Henrique no latrocínio (roubo seguido de morte). O Ministério Público vai recorrer da decisão.

Leonardo foi morto durante a Operação Tartaruga da Polícia Militar. Após estacionar o carro, um VW/Saveiro, em frente ao edifício Real Flat onde morava com a mãe na rua 34 Norte dois adolescentes o abordaram. Paulo Henrique ficou dentro do carro utilizado para o crime, um Fiat/Palio. Após ter a prisão preventiva decretada, ele permaneceu foragido por mais de sete meses. O mandado de prisão contra o jovem foi cumprido em 10 de setembro do ano passado. Em depoimento à Justiça ele confessou ter ido para o estado de Goiás.

Segundo a decisão do magistrado, a prova produzida contra o jovem não se revelou suficiente. ;Não bastasse isso, há dúvida razoável quanto à imputação lançada na denúncia de que o acusado teria dado fuga aos executores do crime, o que reforça a incerteza quanto ao liame subjetivo entre o acusado e os menores infratores;, escreveu. ;O direito penal não opera com conjecturas, de modo que sem a certeza total da autoria e da culpabilidade, não pode o juiz impor condenação ao acusado. Isso porque na seara penal o édito condenatório somente pode prevalecer quando alicerçado em provas firmes, seguras e desprovidas de quaisquer dúvidas. Caso assim não ocorra,impõe-se a absolvição;, acrescentou.

Nas redes sociais a mãe de Leonardo, Ana Cleide Almeida, lamentou a decisão da Justiça. ;Queridas mães amigas e amigos, eu peço a vocês que acalmem o coração. Eu estou decepcionada, triste. Fui em busca do que acho justo e isso traz o sentimento de dever cumprido. Estou triste sim porque de onde mais esperamos nada recebemos. Ele será solto;, disse. É possível recorrer sim. Mas se tem uma coisa insuportável para mim é retrabalho, colocar a polícia nas ruas outra vez? Sairmos nas ruas pedindo justiça? Mais uma vez entrego todos a Deus. A justica de Deus é feita na terra;, defendeu.