Cidades

Justiça absolve um dos envolvidos na morte de jovem em Águas Claras

O juiz Wagno Antonio de Souza entendeu que há dúvida razoável se Paulo Henrique Rocha Ribeiro, 19 anos, teria dado fuga aos dois adolescentes envolvidos no latrocínio

Isa Stacciarini
postado em 29/04/2015 20:21
A 2; Vara Criminal de Taguatinga absolveu na terça-feira um dos envolvidos na morte do jovem Leonardo Almeida Monteiro assassinado quando chegava em casa em 29 de janeiro do ano passado em Águas Claras. O juiz Wagno Antonio de Souza entendeu que há dúvida razoável se Paulo Henrique Rocha Ribeiro, 19 anos, teria dado fuga aos dois adolescentes envolvidos no latrocínio.



Com a decisão, a prisão preventiva decretada contra o jovem foi revogada. Paulo Henrique tinha sido denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pelo crime de latrocínio e duas corrupções de menores. Para o magistrado, faltam provas suficientes da participação de Paulo Henrique no latrocínio (roubo seguido de morte). O Ministério Público vai recorrer da decisão.

Leonardo foi morto durante a Operação Tartaruga da Polícia Militar. Após estacionar o carro, um VW/Saveiro, em frente ao edifício Real Flat onde morava com a mãe na rua 34 Norte dois adolescentes o abordaram. Paulo Henrique ficou dentro do carro utilizado para o crime, um Fiat/Palio. Após ter a prisão preventiva decretada, ele permaneceu foragido por mais de sete meses. O mandado de prisão contra o jovem foi cumprido em 10 de setembro do ano passado. Em depoimento à Justiça ele confessou ter ido para o estado de Goiás.

Segundo a decisão do magistrado, a prova produzida contra o jovem não se revelou suficiente. ;Não bastasse isso, há dúvida razoável quanto à imputação lançada na denúncia de que o acusado teria dado fuga aos executores do crime, o que reforça a incerteza quanto ao liame subjetivo entre o acusado e os menores infratores;, escreveu. ;O direito penal não opera com conjecturas, de modo que sem a certeza total da autoria e da culpabilidade, não pode o juiz impor condenação ao acusado. Isso porque na seara penal o édito condenatório somente pode prevalecer quando alicerçado em provas firmes, seguras e desprovidas de quaisquer dúvidas. Caso assim não ocorra,impõe-se a absolvição;, acrescentou.

Nas redes sociais a mãe de Leonardo, Ana Cleide Almeida, lamentou a decisão da Justiça. ;Queridas mães amigas e amigos, eu peço a vocês que acalmem o coração. Eu estou decepcionada, triste. Fui em busca do que acho justo e isso traz o sentimento de dever cumprido. Estou triste sim porque de onde mais esperamos nada recebemos. Ele será solto;, disse. É possível recorrer sim. Mas se tem uma coisa insuportável para mim é retrabalho, colocar a polícia nas ruas outra vez? Sairmos nas ruas pedindo justiça? Mais uma vez entrego todos a Deus. A justica de Deus é feita na terra;, defendeu.

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