No hospital, médicos tentaram reanimar a paciente com massagens cardíacas. Em razão da suspeita do abuso de bebida alcoólica, a responsável pelo atendimento não atestou o óbito da jovem. O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para necropsia. Segundo a Polícia Civil, a equipe médica não concluiu a causa da morte para preservar as provas. Camille estava acompanhada de quatro amigos quando começou a vomitar e passar mal. Antes de ir para o Hran, paramédicos chegaram a estabilizá-la em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel.
De acordo com a investigação da 5; Delegacia de Polícia (Área Central), a paciente tinha histórico de hiperglicemia e, em razão da patologia, não pôde receber glicose venosa no hospital. A morte da jovem foi registrada no Cartório do 1; Ofício de Notas no Guará. A mãe, a advogada Ivete Barroco Campos da Silva, reconheceu o corpo da filha no IML. Ela esteve em Brasília acompanhada da sócia, Bárbara Sciammarella, também advogada.
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Segundo o delegado-chefe da 5; DP, Marco Antônio de Almeida, o caso, por enquanto, não configura crime. Isso porque a vítima era maior de idade e ingeriu bebida alcoólica com a suposta consciência de que tinha uma problema de saúde preexistente. ;Em um primeiro momento, a morte está sendo tratada como causa natural, mas é necessário aguardar o laudo do IML que fica pronto em 30 dias. Porém, será apurado se houve auxílio, se alguém a induziu ou se houve instigação de terceiros na ingestão da bebida alcóolica;, explicou Almeida.
Luto
Amigos e familiares publicaram mensagens de despedida para Camille nas redes sociais. A reportagem procurou a mãe da jovem, mas ela alegou não estar em condições de falar. Por telefone, a sócia de Ivete Barroco Campos da Silva disse que a morte está sendo investigada e que ;ninguém tem mais informações;. ;Só receberemos o laudo em 30 dias. Estamos lidando com a fatalidade com muita dificuldade. A mãe de Camille é viúva e ela era filha única, então não está em condições de nada. Foi uma fatalidade;, lamentou Bárbara Sciammarella.
Parente da jovem, Muller Barroco, 25 anos, está entre os que postaram homenagens a Camille nas redes sociais. Ele agradeceu os ;19 anos, 1 mês e 17 dias; que passaram juntos e se lembrou de como eram as visitas familiares. ;Não consigo expressar em palavras o quanto vou sentir sua falta, do seu sorriso bobo, do seu jeito de moleca, mas, principalmente, do bem que fazia estar perto de você. As visitas não serão mais as mesmas, porque não vão ter seu abraço lá, nem você brigando porque eu demorei muito pra ir te ver, seguido de mais um abraço, porque nem de brincadeira você conseguia brigar com alguém;, escreveu.
A Comissão Organizadora do 20; Eneri afirmou, em nota, que lamenta o óbito e que se mobilizou ;para dar suporte à estudante, que veio a óbito, e à família;. O Ministério das Relações Exteriores Itamaraty, que apoiou institucionalmente o evento, também lamentou o ocorrido. A ESPM Rio disse que ;solidariza-se à família neste momento; e explicou não ter promovido a viagem de qualquer aluno da instituição ao evento em Brasília.
A vítima
Nome: Camille Barroco Xavier
Idade: 19 anos
Camille terminou o ensino médio em 2013 e estudava relações internacionais na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio de Janeiro. A jovem era vista como uma pessoa alegre, brincalhona e próxima da família. Nas redes sociais, diversos parentes e conhecidos ressaltaram como Camille era carinhosa. Em um texto publicado pela própria estudante na internet, ela se dizia uma pessoa comunicativa, proativa, com facilidade em se relacionar com os outros e amante de línguas. Falava inglês e espanhol e tinha noções de francês. Camille era filha única e órfã de pai. Ela deixou a mãe, Ivete Barroco Campos da Silva.