A polícia da Câmara Legislativa do Distrito Federal prendeu um homem em flagrante no fim da manhã desta terça-feira (14/4) na agência do Banco de Brasília (BRB) da sede do legislativo do DF. Carlos Henrique Teixeira, 59 anos, sacou R$ 16,1 mil com documento falso.
Segundo o coordenador substituto da Polícia Legislativa da CL/DF, Washington Borges, a gerente da agência suspeitou do alto valor que o homem retirou da conta. Logo após o saque, Washington abordou o homem, que apresentou documento de identidade no nome de Carlos Augusto Teixeira. Tudo aconteceu por volta das 11h30.
Ao cruzar os dados, verificou-se que o número de Registro Geral escrito na identidade não existia. Ainda de acordo com Washington, o homem confessou ter recebido o RG e os documentos do INSS de um motoboy em Goiânia. Ele receberia R$ 3,22 mil pela operação. "Após o flagrante, ele disse que já tinha aplicado o golpe em Goiás e passou 30 dias na prisão por estelionato", disse o policial legislativo.
Carlos Henrique foi encaminhado para a Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), da Polícia Civil, onde se registrou o flagrante por estelionato. Após o procedimento, agentes o conduziram para o Departamento de Polícia Especializada (DPE). Ele, que disse fazer parte de uma quadrilha comandada por um "carequinha de Goiânia", responderá por falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude ao INSS.
A vítima
Carlos Augusto Teixeira, o verdadeiro, tem 67 anos e é figura conhecida das páginas do Correio. O militar aposentado concedeu diversas entrevistas sobre o filho, Francisco Augusto Nora Teixeira, então com 29 anos, vítima de uma corrida ilegal entre carros na Ponte JK. A tragédia, ocorrida em 2004, marcou a primeira morte no então novo monumento da capital federal.
Surpreendido pela reportagem, ele estava no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, onde pegaria um avião para o Rio de Janeiro. Nem sequer sabia que tinha sido vítima de golpe. Ele explicou que o erro dos falsificadores se deu por uma confusão entre os registros militar e civil. "Eles colocaram meu número de identidade militar no lugar do Registro Geral", afirmou.
Segundo o servidor público Carlos Henrique Nora Teixeira, 39, filho da vítima, a conta foi aberta nesta terça (14/4), por volta das 10h30, em uma agência do BRB no Jardim Botânico. "Deve ser uma quadrilha muito bem feita. O homem retirou o dinheiro uma hora depois do meu pai criar a conta", disse. "Só erraram feio na hora de falsificar, pois meu pai apresentou a identidade militar no INSS e a civil no banco. Confundiram tudo", emendou.