Casos de estupro de meninas kalungas na região da Chapada dos Veadeiros serão investigados pela Comissão de Direitos Humanos e pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que trata da violência contra jovens negros e pobres. Os parlamentares agendarão uma visita às comunidades quilombolas e a Cavalcante, município goiano distante 310km de Brasília, onde as crianças são vítimas de abusos sexuais, principalmente por parte dos patrões, para quem trabalham como domésticas, em troca de abrigo, comida e oportunidade de estudo. A violência foi revelada pelo Correio nas edições de domingo e de ontem. A denúncia motivou as representações por parte de deputados federais.
Representantes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e da Câmara dos Deputados debateram o assunto, ontem. Eles definiram ações, como diligências a Cavalcante e pedidos de explicações a autoridades da cidade e de Goiás. ;Essas são violações graves, não podem ficar impunes. Sabemos que, quando há poder político e econômico, é mais difícil romper a barreira da impunidade, mas vamos pedir que o Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) forme uma comissão para acompanhar as investigações. Os culpados devem ser punidos;, ressaltou a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Para o presidente da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), os abusos contra crianças e adolescentes descendentes de escravos devem ser investigados na esfera federal, caso os inquéritos da Polícia Civil não sejam levados adiante pelo Ministério Público e pela Justiça goiana. ;Já estamos levantando mais informações. Na próxima sessão (na primeira semana de maio), vamos debater sobre o caso de Cavalcante, e eu, pessoalmente, vou à cidade para saber como estão as investigações;, garantiu o parlamentar.
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