Jornal Correio Braziliense

Cidades

Grupos favoráveis à causa LGBT organizam beijaço após caso de homofobia

A manifestação foi combinada pelas redes sociais e recebeu como título %u201CTem Família no Beijaço%u201D, com curtidas de 2,2 mil pessoas

Entre 2002 e 2014, Brasília assistiu a pelo menos 10 beijaços. O protesto tornou-se a reação mais simbólica e efetiva contra a discriminação e a violência sofridas por gays no Distrito Federal. O próximo está marcado para a próxima sexta-feira, em frente ao bar Resenha, na 410 Norte, onde duas meninas foram repreendidas após se beijarem. A manifestação foi combinada pelas redes sociais e recebeu como título ;Tem Família no Beijaço;, com curtidas de 2,2 mil pessoas. A publicitária Ludmila Toledo, responsável pela organização do beijaço, afirma que é importante mostrar que as pessoas, principalmente as mulheres, têm voz. Por isso, o beijaço ressalta o preconceito sofrido pelas mulheres gays, o que foi batizado como ;lesbofobia;. ;O preconceito com as lésbicas tem outro peso;, acredita.

Para representantes do movimento LGBT e especialistas, o beijaço tornou-se uma arma eficaz. ;A medida, que é simples e consegue fazer barulho, é um dos mecanismos de defesa, cujo resultado pode ser mais rápido que o da Justiça;, diz o sociólogo Rhael Marques. Desde 2011, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República recebeu 363 queixas de discriminação e violência do DF. O número é baixo, se comparado a São Paulo, onde existiram 1.063, ou o Rio de Janeiro, com 516 casos. Ainda assim, Brasília tem ficado no topo, segundo Welton Trindade, representante do Movimento LGBT do DF. ;Por isso, o beijaço é pedagógico. Não existem campanhas e o discurso evangélico tem servido como base para ações homofóbicas;, afirma.

Welton afirma que aguarda a posição do governo Rodrigo Rollemberg em relação à regulamentação da Lei 2.615, que pune a discriminação à orientação sexual no DF. ;O governo recuou em relação à criação de uma subsecretaria e ficou de montar um comitê para regulamentar a lei, mas até agora nada;, reclama. Para ele, seria um aceno em favor de um grupo que só cresce. ;Já temos 10 paradas gays no DF, inclusive a terceira maior do país.;

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