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Há 18 anos, Brasília se encantou com a carinha risonha de um bebê estampada numa carteira de motorista. Paulo era o símbolo de uma nova geração de motoristas brasilienses, mais consciente e cidadã, que acabava de nascer. A foto do garotinho bochechudo impressa em cartazes e outdoors celebrava as vidas poupadas ; e as que viriam a ser salvas ; nas ruas do Distrito Federal com a efetivação da lei da faixa de pedestres. Hoje, quando ela atinge a maioridade, Paulo Lacroix Aires ; que na campanha educativa era Paulo César de Andrade ; também está com 18 anos e fará nesta quarta-feira a primeira aula prática de direção. ;Estou muito ansioso. Dirigir é um sonho. Ganhei o carro e ele está parado embaixo do prédio.;
Quando for aprovado na prova, a foto estampada na carteira de motorista será a de um jovem de cabelos castanhos e sorriso largo. Ele se juntará a uma legião de 22.520 jovens habilitados, que nasceram com a faixa e hoje têm entre 18 e 19 anos. Perguntado sobre qual tipo de condutor pretende ser, Paulo Lacroix resume: ;Consciente e que não causa problema no trânsito. Hoje, a falta de atenção e o uso do celular são muito perigosos;.
O rapaz se juntará à sociedade que tem pela frente o desafio de continuar reduzindo as mortes no trânsito. Nessas quase duas décadas, tem havido progresso inegável nesse sentido. Em 1997, quando o Estado passou a cobrar que os carros parassem para quem anda a pé, 202 pedestres morreram atropelados. Se o número se repetisse ao longo dos 18 anos seguintes, no fim de 2014, teríamos 3.636 óbitos. Mas o ano passado teve 2.683 vítimas. Na prática, 953 vidas foram salvas. Para se ter ideia dos avanços, em 1995, 825 pessoas morreram nas vias do Distrito Federal ; quase metade era pedestre. Um ano após a implantação da faixa, em 1998, o número de mortos foi 430, sendo 153 pedestres.
Os pais de Paulo, a artista plástica Veruska Lacroix, 42 anos, e o empresário Lauro Aires, 44, se orgulham de terem participado de alguma maneira do movimento por um trânsito mais seguro. Veruska lembra que não imaginava que a campanha faria tanto sucesso. ;Quando vimos, o Paulo estava em todos os lugares. Eu me sinto orgulhosa de fazer parte disso. Foi uma ação que deu certo e mudou mesmo a cabeça do cidadão;, ressalta. ;Essa geração é filha da conscientização. Já nasce sabendo que tem que usar cinto, respeitar velocidade e parar na faixa. Simboliza um pouco a evolução. Foi uma transformação cultural muito impactante. Mexeu com o orgulho do brasiliense;, completa Aires.
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