Jornal Correio Braziliense

Cidades

Servidores insatisfeitos trocam funcionalismo público pelo setor privado

Apesar da estabilidade, administração pública não atende às expectativas de todos os concursados. Alguns não se adaptam à realidade do setor e apostam em novos caminhos


A estabilidade é um dos maiores atrativos do serviço público. Entretanto, nem todo mundo se apaixona pelo tipo de trabalho, tampouco se contenta apenas com o dinheiro proveniente dele. Ainda que benefícios como as licenças remuneradas, os estudos pagos pelo empregador e, em alguns casos, a aposentadoria integral sejam as garantias do funcionalismo público mais raramente encontradas no setor privado, a disposição para permanecer na carreira não é unânime.

Segundo pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), de 2013, os servidores públicos distritais e federais correspondem a 22% da população do DF, mais de 328 mil pessoas. Entre elas, há quem largue tudo para seguir novos rumos profissionais. Uns querem emprego com plano de carreira ou abrir a própria empresa. Outros buscam o reencontro com a vocação.

;O salário no fim do mês não pode ser encarado como um prêmio. Quem enxerga a remuneração com esses olhos, certamente está no lugar errado;, afirma o empresário Marcelo Holtz, 27 anos. Em 2010, ele trocou a estabilidade do concurso público para se aventurar na iniciativa privada. Hoje, ele recomenda: ;As pessoas confundem estabilidade com comodidade. É preciso arriscar;.

Quando Marcelo abriu mão do emprego público, a família não o apoiou imediatamente. Ele era funcionário da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em São Paulo quando tomou a decisão. Nessa época, tinha 22 anos e mudou-se de Brasília para o Sudeste do país exclusivamente para assumir a vaga. ;Fiquei menos de um mês. O concurso é aquela coisa: não importa o quanto você se esforce, é muito raro haver plano de carreira;, reclama.

Passado esse tempo, ele retornou à capital para abrir, com os sócios, a IPe Engenharia de Redes, que tem entre os clientes empresas públicas e privadas. ;O trabalho é redobrado, sem dúvida. Especialmente por tratar-se de uma área que sofre diretamente com problemas como a alta do dólar e a instabilidade política;, diz. No entanto, um dos benefícios de ser o próprio chefe é poder tirar folga quando quer. ;Ouvi de muita gente que era loucura trocar uma carreira certa por algo que poderia dar errado. Mas a vaga era minha. Troquei. E, hoje, sou muito mais feliz;, declara.

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