Jornal Correio Braziliense

Cidades

Falta de condições de trabalho faz início do semestre ser conturbado na UNB

Departamentos sofrem com falta de material de escritório, saídas de campo de alunos foram suspensas por falta de gasolina para ônibus, e sindicato teme que 25% dos terceirizados percam a função. Crise na instituição é resultado de cortes no orçamento



Menos de um mês após o início das aulas do 1; semestre de 2015, a Universidade de Brasília (UnB) passa por dificuldades para oferecer condições de trabalho aos servidores, atividades aos alunos e serviços à comunidade. Em janeiro, o governo federal publicou decreto que corta um terço do orçamento mensal das universidades, e as consequências já podem ser sentidas. Falta material de escritório, como papel e toner de impressora. No Hospital Veterinário, as cirurgias estão suspensas, sem previsão de retorno, já que não há anestésico, luvas e outros itens básicos no estoque. Alunos tiveram saídas de campo canceladas porque a UnB está sem gasolina para abastecer os ônibus. A falta de combustível também afeta a poda da grama, já que os cortadores são movidos à gasolina. O mato alto pode ser observado em pontos do câmpus Darcy Ribeiro.

;O problema também atinge os trabalhadores. Calculamos uma previsão de corte de 25% dos terceirizados em 2015, diante da redução do orçamento;, afirma Mauro Mendes, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub). A entidade considera delicada a situação da UnB e estuda a possibilidade de entrar em greve este ano pela liberação de mais recursos para as universidades e para pedir aumento salarial.

Hospital Veterinário
O estudante do 6; semestre de audiovisual Thiago Maia, 23 anos, está preocupado com a cocker spaniel Vitória ; cadela de 13 anos que está com tumor mamário ; já que não consegue atendimento no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (Hvet/UnB), na unidade Hospital-Escola para Animais de Pequeno Porte. A instituição não está realizando nenhum procedimento cirúrgico por falta de anestésico. ;Infelizmente, vou ter que esperar os medicamentos chegarem porque não tenho condições de pagar o procedimento em clínica particular;, afirma. Segundo o diretor do Hospital Veterinário, Antônio Raphael Neto, os estoques de materiais essenciais, como luvas, também está baixo. ;Temos uma pilha de documentação para fazer a compra de artigos, mas, como a verba ainda não saiu, não é possível completá-la;, afirma.

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