Fechar a torneira na hora de escovar os dentes, o chuveiro na hora de lavar os cabelos e não usar mangueiras para lavar carros ou calçadas são técnicas conhecidas para economizar água. Mas existem muitas outras maneiras de poupar esse recurso natural. No entanto, poucas pessoas as conhecem. Uma pouco usada é a de evitar o desperdício de alimentos. Jogar uma maça no lixo, por exemplo, equivale a dar descarga sete vezes no vaso sanitário, que chega a gastar aproximadamente 10 litros de água por acionamento.
Mas é sabido também que o desperdício não está apenas nas mãos do consumidor final. Boa parte, inclusive, acontece na hora da produção e da distribuição dos alimentos. Segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), são usados até 250 litros de água por quilo de batata produzido. No caso do tomate, de 60 a 100 litros. Ou seja, jogar fora uma batata é o mesmo que deixar escorrer pelo ralo grande quantidade de água.
Na última terça-feira (17/3) a empresa, a Secretaria de Agricultura do DF, e diversos órgãos ligados ao governo participaram de um dia de campo para mostrar como usar novas tecnologias na agricultura. O objetivo é otimizar o trabalho dos agricultores e garantir um trabalho mais produtivo e de qualidade. Além de economizar água.
O dia de campo foi realizado em uma chácara, no núcleo rural Rio Preto, em Planaltina. Ao todo, cinco iniciativas foram mostradas como novas técnicas de aproveitamento melhor dos recursos hídricos. No caso do desperdício de alimentos, chamado de perda pós-colheita, algumas ideias simples e baratas têm diminuído o desperdício. São projetos que melhoram os equipamentos de colheita, o condicionamento dos alimentos, para evitar os danos pelo sol, e os locais de armazenamento.
;São técnicas de educação não formal. Nos cursos participam de 300 a 500 pessoas, então, acabamos com muitos mitos. É possível produzir e preservar ao mesmo tempo, entender como a água e a comida são produzidos no campo e que podemos construir, no caso das zonas urbanas, com um olhar mais cuidadoso para os recursos naturais;, explicou o presidente da Emater, Argileu Martins.
Técnicas
Outras medidas também estão sendo tomadas nos campos rurais do Distrito Federal para melhorar o uso da água. Trata-se da revitalização dos canais de irrigação. Ao todo, o DF tem cerca de 47, a maioria na região de Planaltina. O governo informou que a intenção é melhorar os que existem para que, depois, construa novos canais. O DF, de acordo com mapeamento feito pela Emater, teria condições de comprar pelo menos mais 200 mil metros de extensão de canais, que controlam infiltração, assoreamento e a contaminação das águas.
Nos últimos dois anos, 13,4 mil metros de tubulação foram implantadas e 99 produtores foram beneficiados diretamente. A economia calculada é de 60% da água. ;Uma agropecuária bem feita é parte da solução da falta de água. Com esse tipo de orientação, de extensão rural (a disposição do agricultor), é possível produzir com mais qualidade e economia;, afirmou o secretário de Agricultura, José Guilherme Leal. Tanques de revestimento, para armazenamento de grandes quantidades de água, e sistemas de irrigação localizada por gotejamento também foram apresentadas, para reduções de 50% no desperdício dos recursos hídricos.