Jornal Correio Braziliense

Cidades

População vê com desconfiança demolições às margens do Lago

A primeira etapa, que deve começar até 15 de maio, vai atingir a QL 12 do Lago Sul e a QL 2 do Lago Norte

O acordo para desocupar parte da orla do Lago Paranoá, firmado entre o governo e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), causa desconfiança na população do DF. Os moradores das áreas afetadas dizem ter sido pegos de surpresa com o anúncio da derrubada de muros e cercas em uma faixa de 30m a partir da margem do espelho d;água, prevista para começar até 15 de maio. Por outro lado, especialistas ligados à área ambiental e de preservação têm dúvidas de que o cronograma será cumprido conforme a sentença judicial de 2011. O documento divulgado na quinta-feira determina que, em dois anos, toda a orla do lago esteja livre para o acesso dos brasilienses.

Leia mais notícias em Cidades

Na primeira etapa do acordo, serão derrubados muros e cercas da Península dos Ministros, na QL 12 do Lago Sul, e da QL 2 do Lago Norte. Essas áreas têm parques ecológicos próximos, mas o acesso fica restrito devido à ocupação indevida de moradores. Na segunda fase, outros terrenos com áreas de uso comum serão alvo da ação. O restante da orla ficará para uma terceira parte. O acordo parcial de desocupação, no entanto, não prevê a retirada de construções como píeres, quiosques e quadras esportivas. Promotores de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural (Prodema) do MPDFT informaram que outros acordos serão firmados para garantir a desocupação total da orla do Paranoá.

[SAIBAMAIS]Reclamações
Alvo inicial da ação da Agência de Fiscalização do DF (Agefis), moradores da Península dos Ministros estão surpresos com a decisão e pretendem reagir. ;A gente questiona a legalidade desse acordo, os termos são muito nebulosos. Não entendemos por que cumprem a decisão judicial de forma parcial;, comentou o presidente da Associação dos Moradores da QL 12, Marcos Drumond. Ele disse ainda não entender o motivo de a quadra ter sido escolhida para o início das ações e o que o governo pretende fazer com a área desocupada. ;A gente luta há anos para pedir estruturas nos parques. A desordem já é grande, imagine só como vai ficar depois. Antes de cobrar, o governo deveria cumprir as regras;, finalizou.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.