Jornal Correio Braziliense

Cidades

Comerciantes e moradores do Sudoeste reclamam de violência constante

Levantamento de sindicato da categoria registra cerca de 100 episódios - inclusive de arrombamentos - no local entre janeiro e março

Sheila Cristine Silva Costa, 32 anos, é dona de duas lojas de joias no Sudoeste. Uma delas foi roubada em janeiro, com prejuízo financeiro de R$ 15 mil. Mas o trauma psicológico é incalculável. Depois do roubo, Sheila mantém as portas da loja trancadas. ;A gente não pode esperar algo mais grave acontecer para tomar uma atitude. Já tivemos uma reunião com o batalhão da região. Melhorou, mas agora não dá mais;, contou a comerciante, que promete organizar um abaixo-assinado para cobrar por mais segurança. Por enquanto, um grupo no WhatsApp, segundo Sheila, é o que está mantendo os comerciantes atentos. Segundo ela, 24 pessoas usam o aplicativo. Qualquer movimentação estranha no bairro é informada por celular.


Sheila faz parte das estatísticas. Elas mostram que nos dois primeiros meses de 2015, 24 moradores ou donos de comércios no Sudoeste foram vítimas da criminalidade. Os números são da Secretaria de Segurança Pública, mas o Sindicato Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista) argumenta que nem todos os episódios de violência são registrados na polícia. Levantamento da entidade mostra que a realidade pode ser pior. De janeiro ao início de março, aproximadamente 100 assaltos e arrombamentos foram comunicados ao sindicato por comerciantes expostos à situação de perigo. Na maioria dos casos, traumatizados por terem uma arma apontada para a cabeça. Por isso, alguns empresários trabalham com as portas fechadas.


À luz do dia

O crime mais recente na região ocorreu no último sábado. Três homens armados roubaram uma joalheria, à luz do dia, por volta das 11h. Pelo menos duas mulheres com crianças pequenas ; uma delas de colo ; estavam próximas à loja no momento da ação dos bandidos. Duas funcionárias encontravam-se no estabelecimento no momento do roubo.


Segurança da loja há um ano, Jair Santos, 48 anos, nada pôde fazer. ;Eles logo sacaram a arma. Só pensei em proteger a vida das meninas (as funcionárias) e a minha. Estamos à mercê dos bandidos, inseguros;, lamentou. Lojistas perceberam nas primeiras horas da manhã a presença de pessoas suspeitas na redondeza. ;Mas não há o que fazer. Os policiais passam na viatura, mas os bandidos observam e agem quando os PMs estão em outra quadra. Eles monitoram a área;, comentou o segurança.