Moradores de nove regiões do Distrito Federal vão acordar na segunda-feira (9/3) sem saber que horas vão conseguir chegar ao trabalho. A paralisação dos ônibus da Pioneira continua. A Secretaria de Mobilidade e o DFTrans não conseguiram chegar em um acordo com a empresa e o Sindicato dos Rodoviários do DF.
O secretário do sindicato, João Jesus de Oliveira, disse que a greve continua pelo menos até às 7h30 de segunda, quando a categoria fará uma reunião para deixar os trabalhadores a par da situação. "Se houver pagamento amanhã, a empresa volta a trabalhar imediatamente", afirmou ele.
A Viação Pioneira atende cerca de 300 mil usuários do transporte público no Itapoã, Paranoá, Jardim Botânico, Lago Sul, Candangolândia, Park Way, Santa Maria, São Sebastião e Gama, além da população do Gama e de Santa Maria, atendida pelo Expresso DF Sul. Ao todo, a frota conta com 640 veículos.
Em nota, a secretaria disse que o repasse de recursos para garantir os salários dos rodoviários foi feito. O secretário da pasta, Carlos Tomé, explicou que nenhuma empresa será privilegiada: "Os repasses continuarão sendo feitos de forma igualitária para as cinco empresas que compõem o Sistema de Transporte Público Coletivo do DF".
Segundo Tomé, as outras quatro empresas de ônibus tem priorizado o pagamento de pessoal, ao contrário da Pioneira. "Nós fizemos o repasse do recurso na semana passada que é suficiente para a quitação da folha. A nossa parte foi feita. Agora a negociação é entre patrão e empregado" afirmou o secretário.
As dívidas acumuladas com as empresas são:
Piracicabana: R$4.391.406,23;
URBI: R$ 4.672.980,53;
Marechal: R$ 1.336.448,34;
São José: 2.721.967,82;
Pioneira: R$ 503.836,27 (excetua-se do valor a pagar a Operação Branca do BRT, pois O modelo de cobrança por quilometragem não tem respaldo legal. O governo está buscando mecanismos jurídicos para resolver a situação).
Representantes do governo irão se reunir por volta das 6h30 para discutir um plano de ação emergencial com o intuito de reduzir o impacto da paralisação dos rodoviários, segundo o DFTrans.
Por meio da assessoria de comunicação, a Associação das Empresas de Transporte Coletivo do DF informou que os valores repassados correspondem a apenas 33% do devido em 2015, insuficientes para quitar a folha de pagamento e fornecedores. De acordo com a nota, a Pioneira recorreu diversas vezes a empréstimos bancários, venda de ativos e renegociou com os fornecedores. ;Infelizmente, isso não é mais possível.; A associação diz ainda que a empresa ;está à disposição do DFTrans para iniciar a cobrança conforme a cláusula do contrato de concessão;.