O Jardim Botânico de Brasília (JBB) completa 30 anos neste fim de semana, e comemora a redescoberta de trilhas e jardins pela comunidade. Nos últimos cinco anos, tornou-se hábito marcar a festa de aniversário sob as árvores ou mesmo levantar cedo para tomar café da manhã no bistrô lá instalado, ao som da natureza que desperta. A beleza é inegável, mas a importância da área verde vai além do que os olhos podem enxergar. Ali são desenvolvidos projetos permanentes de estudo e conservação da fauna e da flora local e de educação ambiental para os frequentadores.
São 5 mil hectares de cerrado, e o JBB abrange a menor parte do terreno: 500 hectares. Os outros 4,5 mil ha são da Estação Ecológica do Jardim Botânico, uma área de proteção integral. Nela, a entrada de pessoas é proibida, para que a vida silvestre seja totalmente preservada. Por isso, na região restrita, é possível encontrar os chamados animais de topo de cadeia. São carnívoros, como a onça suçuarana, que só vivem onde a cadeia alimentar é completa. A manutenção da vegetação nativa também é fundamental para a preservação das nascentes do Córrego Cabeça de Veado, um dos responsáveis pelo abastecimento do DF e, em especial, do Lago Sul.
A ocorrência de nascentes foi determinante para a fixação do JBB próximo à região do Lago Sul. Isso porque a criação do Jardim Botânico estava prevista desde a construção de Brasília. Lucio Costa imaginou um lugar de preservação ambiental próximo ao Parque da Cidade. No entanto, com a escassez de água no Parque, o JBB foi remanejado para onde seria fundamental no papel a que se propõe. Hoje, o desafio é atrair mais visitantes. ;Queremos que a população se aproprie do JBB como espaço de convivência;, afirma o diretor, Jeanitto Gentilini. Por isso, o espaço contempla aniversário e Dia Internacional da Mulher com eventos democráticos (veja quadro).