Abandono. Essa é a palavra que define as 16 passagens subterrâneas do Plano Piloto. Escuras, sujas, sem infraestrutura e com pontos de tráfico de drogas, elas se tornaram sinônimo de perigo para os pedestres. A saída é se arriscar entre os carros para evitar assaltos, estupros e agressões. A Polícia Militar diz que há policiamento na região, mas que as condições ruins das estruturas dificultam o trabalho. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) argumenta que as obras foram suspensas por 120 dias devido às chuvas. O prazo para o fim da interrupção é a primeira quinzena de março, segundo o órgão. Até lá, é passar se a coragem permitir.
A massoterapeuta Margarida de Souza, 52 anos, relata que só utiliza a passagem durante o dia. À noite, o medo é maior que o risco de atravessar o Eixão entre os veículos. Moradora da Asa Norte, ela acredita que a insegurança aumentou. ;Sempre escuto histórias de assaltos e de moças que passaram apuros aqui. Se acontece alguma coisa, ninguém vê. Enquanto alguém não morrer aqui, nada vai ser feito;, reclama. O comércio e o consumo de drogas incomodam a pedestre. ;Vemos por toda parte cachimbos improvisados.;
Na passagem da 103 Sul, nenhuma lâmpada funciona, as tampas dos bueiros foram arrancadas e, no chão, fezes e urina se espalham por toda parte. A servente Deusilene Lima de Sousa, 40 anos, atravessa o local há 20 anos, sempre próximo a um grupo de pessoas e com rapidez. ;Só passa por aqui quem não pode fazer outro caminho. O fraco policiamento permite que bandidos façam a festa;, conta ela, que é moradora de Valparaíso (GO).
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