Raimunda Oliveira nasceu em uma família pobre no interior do Maranhão. Começou a trabalhar ainda criança e precisou trocar os livros e cadernos pela enxada. Junto com oito irmãos, ajudava o pai a capinar, colher arroz e quebrar coco. Depois de alguns anos ela veio morar em Brasília para tentar uma vida melhor. Aqui, se casou e teve dois filhos.
Hoje, com 34 anos de idade, Raimunda, que trabalha como doméstica, decidiu aprender a ler e escrever. ;Mudou muita coisa, porque a gente já lê um bilhete, a gente vai a um lugar e sabe ler a placa de um ônibus. Eu dependia muito dos outros, falava: moço esse ônibus vai para onde? Aí eu ia ao hospital: como é esse nome? Agora não, eu mesma leio, só às vezes eu não entendo, aí pergunto;, disse ela.
A estudante Márcia Garcia é voluntária no programa e disse que a experiência trouxe muitos benefícios para a formação profissional. ;Me mostrou o lado sensível que a gente tem que ter com essas pessoas. É um cidadão que, infelizmente, não consegue exercer plenamente a cidadania pela condição de não leitor, ou pela oportunidade que não teve há muito tempo ou que teve de ser abandonada por outras necessidades que eram prioridade no passado;, explicou a jovem.
O projeto atende na própria universidade e em regiões administrativas como Areal, Samambaia sul e norte, Riacho Fundo 2, Varjão, Recanto das Emas e Brazlândia. Para se inscrever basta ir ao Campus 1 da Católica, que fica em Taguatinga.