Cidades

Clínicas de reabilitação do DF não recebem verba do governo há três meses

Pacientes correm o risco de ter o tratamento interrompido

postado em 11/02/2015 06:05

Na Salve a si, 95 dependentes químicos são atendidos: estoque de comida só dá para mais uma semanaLargados nas ruas e vivendo como zumbis, os usuários de drogas espalhados pelo Distrito Federal ocupam locais como um hotel abandonado no Setor Hoteleiro Norte. O Correio mostrou esse flagrante na edição de ontem. Algumas clínicas no DF e no Entorno oferecem o atendimento gratuito aos pacientes. Em contrapartida, o Governo do DF faz repasses mensais para custear os gastos. Apesar de a ajuda fazer parte do plano de enfrentamento às drogas, algumas clínicas de reabilitação têm convivido com atrasos nos pagamentos. O GDF informou que o problema começou na gestão anterior, está em processo de reconhecimento de dívidas e fará o pagamento. Não estabeleceu, porém, prazos.

Atualmente, sete clínicas de reabilitação conveniadas ao Conselho de Políticas Sobre Drogas (Conen), da Secretaria de Justiça (Sejus), mantêm convênio com o GDF. São R$ 227 mil de repasses mensais para o tratamento de 124 pacientes, segundo informações do governo. Representantes do GDF encaminham os usuários para os Centros de Atenção Psicossocial ou para as comunidades terapêuticas. O problema é que, com a falta de pagamentos, representantes das unidades não têm como manter as casas.

Sem receber repasses do GDF há três meses, a clínica de recuperação Salve a si teme precisar fechar as portas. Instalada na Cidade Ocidental, a cerca de 50 quilômetros de Brasília, a unidade tem 120 vagas e, atualmente, trata 95 dependentes químicos ; 90% deles são do Distrito Federal, e a maioria de Ceilândia. Sem o auxílio, a instituição acumula mais de R$ 70 mil em dívidas nos últimos meses, sendo grande parte com alimentação. ;Estamos em colapso financeiro. A única enfermeira teve que ser mandada embora por falta de dinheiro. Os funcionários não estão recebendo e, se eu perder os responsáveis técnicos e não tiver chances de contratar outros, vou ter que fechar as portas;, disse Henrique França, fundador da unidade, que recebeu o ex-viciado em crack Adeílson Carvalho, responsável por localizar, perto da antiga Rodoferroviária, um jovem universitário que havia desaparecido (veja Memória).

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