Jornal Correio Braziliense

Cidades

Lei obriga que os alimentos modificados geneticamente tenham a informação

Boa parte das empresas ignora a determinação. Projeto em estudo na Câmara dos Deputados tenta derrubar a descrição obrigatória nas embalagens


Saber as calorias de determinado alimento, se ele contém ou não açúcar ou quais ingredientes foram usados no preparo de uma comida é direito do consumidor. Seja para ficar informado, seja por uma questão de saúde. Assim também funciona com os alimentos geneticamente modificados, conhecidos como transgênicos. A partir do momento em que são incorporados a uma fórmula alimentícia, devem, de acordo com a legislação, ser identificados. O símbolo é um ;T;, de cor preta, sobre um fundo amarelo em formato de triângulo, e deveria constar em qualquer produto com mais de 1% de origem transgênica. No entanto, ainda hoje empresas ignoram a orientação. E o consumidor acaba levando para a mesa, sem saber, alimentos transgênicos.

E mais. A cada dia que passa está mais difícil achar um produto ou comida que não tenha um alimento geneticamente modificado. De acordo com especialistas na área, praticamente 100% do milho e da soja produzidos hoje no Brasil são transgênicos. E cada artigo que leva um desses dois alimentos também deve conter o selo de identificação: óleo de soja, biscoito, papinha de bebê, salgadinhos, milho para pipoca e até comida de cachorro. Tudo contém alimento transgênico, mas nem todas as marcas rotulam.

A rotulagem é assegurada pela Lei n; 4.680/2003, que regulamenta o direito à informação (veja arte). Na Câmara dos Deputados, um projeto polêmico nessa área aguarda votação. O PL Heinze, que prevê a não obrigatoriedade de rotulagem de alimentos que têm ingredientes transgênicos, independentemente da quantidade, está na pauta. Se aprovado, as empresas poderão produzir e comercializar produtos geneticamente modificados sem identificá-los. Para o consumidor, o melhor ainda é poder escolher. Se o alimento estiver rotulado, ele poderá optar por levar o transgênico ou não. ;Precisa ter o símbolo para que a gente saiba o que está levando. Para que a gente possa escolher levar ou não levar um alimento que é diferente. E nós precisamos estar atualizados das informações;, ponderou a pensionista Irailde Leite da Mata, 66 anos.



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