O chefe de estatística da Ceasa/DF adverte que a tendência é de que não haja arrefecimento dos preços. Em média, 25% dos legumes e verduras comercializados em Brasília e no Entorno são de produção local. Os outros 75% vem de estados, como São Paulo e Minas Gerais, que vivem grave problema de estiagem. "Os produtos estão mais caros e há uma tendência do setor agrícola ficar mais caro que o ano passado que já fechou acima do teto da meta de inflação, com média de 8%", afirmou.
A funcionária pública aposentada Nivania Rosa já sentiu no bolso a inflação dos alimentos. Segundo ela, levou a para casa a metade do que costumava, pagando mais. "Antes gastava de R$ 500 a R$ 600 com hortifruti e carne, agora, com R$ 800 não consigo comprar tudo", contou.
O ortodontista João Geraldo Souza vive situação parecida. "Os preços sobem toda semana, tem coisa que aumenta de 15 em 15 dias. A alface aumenta se chover e se não chover também. Costumava gastar R$ 550 no ano passado e, em janeiro, minha conta fechou em R$ 730", constatou.
De acordo com a analista de Inflação da Consultoria Tendências, Adriana Molinari, 2015 será um ano complicado do ponto de vista da carestia. "Já estamos revendo o item energia para cima e acredito que precisaremos mexer no alimentação."