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Cidades

Vídeo mostra martírio do cidadão que depende do transporte público no DF

A ida e a volta ao trabalho têm sido um sofrimento para o brasiliense, que enfrenta diariamente atrasos, coletivos lotados, falta de estrutura nos terminais, entre outros problemas. Especialistas apontam falhas na operação do sistema

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Filas grandes, impaciência, empurra-empurra e coletivos lotados. As cenas se repetem diariamente nos pontos de ônibus e nos terminais rodoviários do Distrito Federal. Se, por um lado, o custo para quem anda de carro fica cada vez maior com medidas adotadas pelo governo, como o fim da isenção do IPVA e o aumento da gasolina, por outro, o brasiliense não vê melhorias no transporte público, nem incentivos para abandonar o hábito de usar o veículo individual. No dia a dia, sobram reclamações de atrasos, coletivos lotados, greves e falta de estrutura nos terminais. Nem mesmo as mudanças, nos últimos quatro anos, com a licitação dos novos ônibus, a implantação de corredores exclusivos e o início da operação do BRT Sul foram suficientes para aliviar a rotina desgastante da população.

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Atualmente, um milhão de pessoas anda de ônibus e outras 170 mil usam o metrô todos os dias. Ao todo, são 3.271 veículos, entre ônibus e micro-ônibus, e 24 trens para atender à demanda. Especialistas e governo dizem que o número é suficiente, mas o problema está na operação do sistema. ;Quando o governo elabora a substituição dos ônibus, por exemplo, projeta uma média de seis passageiros por metro quadrado no corredor. Dessa forma, os coletivos só partem quando estão lotados, e as viagens ficam desconfortáveis. É preciso reduzir esse número;, explica o pesquisador associado da Universidade de Brasília (UnB) Flávio Dias.


Uma das formas de oferecer mais conforto aos passageiros é aumentar o número de viagens em cada linha, segundo o especialista. Dessa forma, as pessoas não precisam se espremer no coletivo, porque sabem que em seguida virá outro. A operadora de caixa Jaqueline Batista, 29 anos, conhece bem as dificuldades de pegar um ônibus lotado. Ela depende do transporte diariamente para ir de Ceilândia, onde mora, ao trabalho, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). ;É sempre assim, todo mundo apertado. Além disso, perdemos muito tempo do nosso dia. Levo mais de uma hora para ir e, na volta, é ainda pior;, reclama Jaqueline, enquanto tenta se segurar no apoio do coletivo.


A reportagem esteve em Ceilândia, Santa Maria e na Rodoviária do Plano Piloto nesta semana para acompanhar a saga do brasiliense. No retorno para casa, as filas para embarcar no BRT começam antes das 17h. Quem quiser ir sentado espera ainda mais em um local separado. A cozinheira Maria do Carmo Rufino, 58 anos, moradora de Santa Maria, tem medo de cair e se machucar dentro do ônibus. Como não consegue um assento, procura um espaço para encostar e descansar as pernas. ;A gente espera horas na fila para ir em pé, sem contar que fica todo mundo apertado. Depois de muito aguardar, quando o motorista abre a porta, é um corre-corre;, conta.

Em vez de facilitar, a chegada do BRT a Santa Maria fez Maria do Carmo ter que pegar mais ônibus. Antes, entrava em um único coletivo e descia na L2 Norte, onde trabalha. Agora, são três. A única vantagem é passar pelo corredor exclusivo e fugir do engarrafamento. No entanto, o tempo de espera aumentou, além da desorganização do terminal. ;A gente chega e tem que esperar mais 40 minutos na fila até chegar o ônibus que passa por dentro da cidade. Para mim, a situação só piorou;,


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