Jornal Correio Braziliense

Cidades

Ao menos 10 crianças morreram de forma violenta desde o início do ano

Soma-se ao número a tragédia ocorrida neste sábado, quando pai e quatro filhos morreram na BR-070. Pai teria deixado carta dizendo que a mãe das crianças nunca mais as veria

Com a tragédia ocorrida na manhã desse sábado (24/1) chega a 10 o número de crianças mortas desde o início deste ano de forma violenta, segundo levantamento do Correio com base nas reportagens veiculadas no jornal e no site. Sete perderam a vida em acidentes de trânsito, duas em acidentes domésticos e uma foi vítima de homicídio nos primeiros 25 dias de janeiro. Outras quatro ficaram feridas, uma por bala perdida.



Os irmãos foram enterrados em 21 de janeiro, no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga. ;Minha mulher levanta no meio da noite e caminha pela casa, chamando por eles. Ela os procura no banheiro e embaixo da cama, onde costumavam se esconder quando brincavam;, conta o pai, com a voz embargada.

No dia do sepultamento dos dois garotos, no Cemitério de Taguatinga, outra família se despedia de Vitória Nascimento Silva, 5 anos. Ela e uma amiga, Ane Carolina Pereira Macedo, 10, andavam de bicicleta na Colônia Agrícola de Samambaia, no dia 20, quando foram atingidas por um caminhão. A mais velha se feriu na perna. Os bombeiros a levaram para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O motorista tentou fugir, mas retornou para o local pouco depois. ;A mãe de Vitória ficou fora de si. Meus braços estão arranhados, porque tentei segurá-la na hora em que viu o corpo da filha. No enterro, mal conseguia falar;, conta a mãe de Carolina, Alyce Cardoso, 39.

Em um dos casos de acidentes domésticos, Maria Eduarda Costa Leal, 11 anos, morreu vítima de choque elétrico, em Ceilândia. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória. Segundo a família, o caso teria ocorrido enquanto a vítima jogava no celular com o aparelho conectado à tomada. Na QE 38 do Guará II, no quarto dia do ano, uma mulher de 36 anos e a filha dela, de 8, morreram em um incêndio. A reportagem procurou os parentes das vítimas, mas eles não quiseram falar com a reportagem.

Com informações de Flávia Maia, Luiz Calcagno, Paloma Suertegaray, Rafael Campos, Roberta Pinheiro e Nathália Cardim

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