;Há discriminação nesse curso, sim. O Ministério Público do DF deveria abrir um processo. Prometer cura é charlatanismo. Isso está no Código Civil. Não se cura heterossexual, portanto, não se cura homossexual. É uma inversão dos valores. Deveria haver uma investigação mais profunda sobre o conteúdo desse curso, quais as ligações com os setores conservadores da sociedade. Esse pessoal está indo de encontro com a comunidade científica. Há muito tempo já se sabe que não se trata de uma patologia e, portanto, não há cura. Esse curso está formando multiplicadores dessa ideia;, revolta-se Evaldo Amorim, diretor do Elos LGBT. Jacinta Fonte, coordenadora do grupo de pais e mães LGBT do Elos, reforça: ;Discordo totalmente de não haver processo. Repudio quem acha que homossexuais precisam de algum tipo de terapia, não admito.;
Para o promotor Thiago Pierobon, não existe violação no curso, já que não há provas de discriminação ou de violação aos direitos humanos e que o Estado não tem o direito de interferir em cultos ou discussões religiosas. Oficialmente, o MPDFT alegou que ;não é possível proibir as pessoas de, no âmbito de sua liberdade de religião, discutirem temas ligados à sua concepção de correção dos comportamentos sexuais nem de proibi-las de conversarem com pessoas sobre tais temas. Se a abordagem a uma pessoa ocorrer com constrangimento ou exposição ao ridículo, certamente haverá a discriminação, ato ilícito não tolerado pelo Estado;.
O pastor Airton Williams disse ao Correio que o curso é um aconselhamento bíblico que aborda o ;homossexualismo; de acordo com os ensinamentos de Deus. Ele acrescentou que ninguém é constrangido a participar dele ou dos aconselhamentos. ;Acolhemos e ajudamos os homossexuais que chegam até nós afirmando que estão cansados dessa vida;, detalhou.