Depois da Justiça Federal mandar soltar o homem apontado como o maior traficante de Goiás e Entorno do Distrito Federal, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) determinou a prisão de Marcelo Gomes de Oliveira, 35 anos, novamente. Agora, ele é procurado pelos crimes de roubo agravado por lesão corporal.
Marcelo de Oliveira é considerado foragido da Justiça. Liberado pouco após 20h de terça-feira, o mandado de prisão foi expedido às 14h07 desta quarta-feira (22/1). Advogado do acusado, Janderson de Souza Silva diz que não foi comunicado dessa decisão. Portanto, para ele o cliente pode seguir vida normal em Brasília, onde mora.
O primeiro despacho listado no site do Tribunal Regional Federal da 1; Região, em Brasília, só consta em 26 de novembro, como uma distribuição a um desembargador federal. Essa é a mesma data do indeferimento do pedido de habeas-corpus impetrado pela defesa de Marcelo na Justiça Federal, em Goiânia.
De lá para cá, o processo teve 18 atualizações. Nas três últimas, constam informações sobre a decisão de soltura. Às 8 horas de terça-feira o processo foi colocado em pauta para julgamento. Às 14h de terça-feira foi publicada a decisão unânime pela libertação do preso e, às 16h58, enviado fax para informação sobre a decisão. Segundo a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Saep), o alvará de soltura expedido pelo juiz Leão Aparecido Alves, da 11; Vara Federal de Goiânia, foi apresentado por volta das 19h, e o preso liberado antes das 21 horas.
Quando Marcelo saiu do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, três carros o esperavam do lado de for a. Todos de luxo, sendo dois da marca Mercedes-Benz, em cores escuras e blindados. Ele foi acompanhado por dois advogados, sócios de Janderson Silva, que estava viajando. Ele informou que o cliente foi trazido para Brasília. Marcelo responde a outros processos na Justiça goiana, alguns em segredo de justiça. Até a soltura não havia mandados de prisão contra ele.
Audiência marcada
O mandado expedido ontem pela juíza Wanessa Rezende Fuso Brom trata de um crime de roubo, agravado por lesão corporal grave, ocorrido em 2011. A audiência desse caso foi marcada para as 9h de 11 de março de 2015, segundo o processo. Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, como o documento de prisão só foi expedido ontem, nada constava nos registros que pudessem impedir o cumprimento da decisão dos desembargadores da 4; Turma, em Brasília, na noite de terça-feira.
A justificativa apresentada pelo advogado do traficante foi que ele passara do tempo máximo sem qualquer decisão sobre seu caso. Preso preventivamente em 9 de maio de 2014, o caso passou por pelo menos três delegacias diferentes e tramitou na Justiça estadual antes de chegar à Justiça federal. Segundo Janderson Silva, o excesso de prazo foi causado pela falta de comunicação entre as polícias que investigaram o caso. ;Passaram-se mais de oito meses, sendo que o prazo máximo seriam seis, e nenhum processo foi concluído;, alega o defensor.
A Polícia Civil de Goiás informou que o inquérito foi concluído 60 dias após a prisão do acusado e que o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário dentro do prazo legal.
Audiência marcada
O mandado expedido ontem pela juíza Wanessa Rezende Fuso Brom trata de um crime de roubo, agravado por lesão corporal grave, ocorrido em 2011. A audiência desse caso foi marcada para as 9h de 11 de março de 2015, segundo o processo. Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, como o documento de prisão só foi expedido ontem, nada constava nos registros que pudessem impedir o cumprimento da decisão dos desembargadores da 4; Turma, em Brasília, na noite de terça-feira.
A justificativa apresentada pelo advogado do traficante foi que ele passara do tempo máximo sem qualquer decisão sobre seu caso. Preso preventivamente em 9 de maio de 2014, o caso passou por pelo menos três delegacias diferentes e tramitou na Justiça estadual antes de chegar à Justiça federal. Segundo Janderson Silva, o excesso de prazo foi causado pela falta de comunicação entre as polícias que investigaram o caso. ;Passaram-se mais de oito meses, sendo que o prazo máximo seriam seis, e nenhum processo foi concluído;, alega o defensor.
A Polícia Civil de Goiás informou que o inquérito foi concluído 60 dias após a prisão do acusado e que o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário dentro do prazo legal.
Vida de luxo
Nesta quarta-feira (21/1) o Correio publicou reportagem sobre a soltura de Marcelo, conhecido como "zoio verde". Ele ganhou a liberdade após decisão do juiz federal Leão Aparecido Alves, titular da 11; Vara Criminal de Goiânia. Marcelo é acusado pela Polícia Civil goiana de chefiar uma quadrilha que ostentava bens de luxo avaliados em R$ 80 milhões.
O motivo da decisão não foi especificado no documento expedido pelo magistrado. No habeas-corpus, ao qual o jornal teve acesso, o juiz argumentou somente que o acusado é réu em dois processos que tramitam na 1; e na 2; Vara de Execução Penal de Goiânia. Um deles, por tráfico de drogas; e o outro, por roubo.
Marcelo aguardava julgamento no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia. Ele estava preso em uma cela de segurança máxima na Penitenciária Odenir Guimarães, que deixou por volta das 22h de terça-feira, acompanhado por um casal.
Em maio de 2014, Marcelo foi preso em uma casa no Park Way, após uma operação conjunta das polícias de Goiás e de Brasília que deteve outras 14 pessoas. A ação foi realizada por agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) de Goiás e de pela Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil do DF (Cord).
Na época, os policiais apreenderam na casa dele 200kg de pasta-base de cocaína, uma pistola, uma carabina e uma submetralhadora MT 40 roubada da Polícia Militar do Piauí, além de munição para fuzil e R$ 70 mil.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás, a quadrilha tinha duas fazendas com mais de 7 mil hectares, 1,5 mil cabeças de gado e sedes luxuosas. Na operação, também foram apreendidas joias e 22 veículos nacionais e importados. Além disso, o líder do grupo era dono de um posto de combustíveis e tinha participação em uma casa de câmbio, que, segundo os investigadores, fornecia dólares para o esquema.
Nomes falsos
Em 2000, Marcelo foi condenado a 21 anos de prisão por latrocínio (roubo com morte), mas, após três anos, teve progressão de pena ao regime semiaberto e fugiu. Ele voltou a ser preso em 2007 por tráfico de drogas, porém conseguiu a liberdade provisória. Na ocasião, usava o nome falso de Marcelo Gomes de Aguiar. Segundo a polícia, em 2001, o traficante passou a usar a alcunha de José Marcelo Rodrigues de Morais. Por fim, em 2013, protocolou uma ação de retificação de nome na Comarca de Aruanã (GO), solicitando o acréscimo do prenome ;José; ao verdadeiro.
Bem articulado, Marcelo conseguiu fugir dos policiais goianos por pelo menos dois anos. Depois de ser preso em Goiânia, ele se mudou para o DF. Morava em no Park Way e desfilava de carros importados pela capital. Como dinheiro do tráfico, comprava caminhonetes estrangeiras à vista para buscar a pasta-base de cocaína no Paraguai.
Comprovantes bancários apreendidos pelos policiais na casa indicaram um saldo de R$ 4 milhões na conta dele em março passado. Marcelo usava postos de combustíveis e outras empresas para fazer a lavagem do dinheiro, segundo a polícia. No DF, o acusado era o principal fornecedor de pequenos traficantes, principalmente em Ceilândia, segundo a Cord. Aos mais próximos, ele vendia o quilo da droga por R$ 10 mil. Mas a mesma quantidade também poderia custar até R$ 15 mil.