Jornal Correio Braziliense

Cidades

Ambulantes invadem espaço público no DF e formalizados reclamam

Os camelôs ocupam calçadas e galerias, destinadas a pedestres, vendem a crédito e provocam revolta de comerciantes. GDF promete fiscalizar



Os vendedores ambulantes voltaram às ruas do Distrito Federal. Sem fiscalização rotineira desde o fim do ano passado, os camelôs ocupam lugares estratégicos nas regiões administrativas para vender os mais diversos produtos. Nem mesmo a presença de policiais militares por perto impede o comércio informal. Nas áreas mais movimentadas de Brasília, de Taguatinga e de Ceilândia, eles vendem todo tipo de mercadoria, como comida, roupas, calçados, fios e carregadores de aparelhos eletrônicos, relógios e DVDs.

No dia a dia, a ousadia dos ambulantes desafia as autoridades. No Setor Comercial Sul (SCS), o Correio flagrou araras de roupas e manequins entre os prédios, onde circulam cerca de 70 mil pessoas todos os dias. Os camelôs ocupam as duas laterais e o meio da passagem de pedestres. Disputam espaço com a concorrência. Além dos produtos expostos em lençóis no chão, alguns usam bancas para mostrar a mercadoria ao cliente. Chegam a expor bandeiras de cartão de crédito para facilitar a compra.

Presidente da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga, Justo Magalhães também se incomoda com a presença dos ambulantes no centro da cidade. ;Eles ocupam toda a calçada e os pedestres têm de passar pelo meio da rua;, diz. A presença dos camelôs atrapalha o comércio local, que já tem encontrado dificuldades, de acordo com Magalhães. ;Os produtos não têm procedência, muitos são falsificados e sem nota fiscal. Este ano será difícil para o comércio e isso atrapalha ainda mais;, comenta. O presidente da associação defende a presença constante de policiais nos principais centros comerciais, além de fiscais. ;O policiamento deve ser constante porque, se chega um ou outro fiscal aqui, os camelôs se juntam e o ameaçam;, denuncia.

A diretora da Agência de Fiscalização do DF (Agefis), Bruna Pinheiro, reconhece o aumento de camelôs nas ruas e garante que a autarquia tem um planejamento para combater o comércio de ambulantes, mas é preciso chegar à raiz do problema. ;Existe um esquema por trás desses vendedores, são atacadistas e distribuidores que estão lucrando com essa situação. Estamos atrás dessas fontes;, afirma. Bruna admite que algumas tentativas de governos anteriores de tirar essas pessoas das ruas falharam (veja memória). ;Muitos foram contemplados com bancas em feiras, mas voltaram. Estamos em contato com a Coordenadoria das Cidades para saber se existe um planejamento para alocar os camelôs em outras áreas;, completa.

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