Jornal Correio Braziliense

Cidades

Conheça a beleza dos principais jardins públicos de Brasília

O encanto dos espaços projetados por Burle Marx e outros paisagistas é igual ao dos monumentos e dos prédios públicos que os abrigam



Entre flores e folhagens dos jardins públicos estão alguns dos principais argumentos para o tombamento de Brasília. A cidade recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade em razão do conjunto arquitetônico, mas também por causa do urbanismo, considerado inovador. Os canteiros exuberantes do Palácio Itamaraty, do Superior Tribunal de Justiça e do Palácio da Justiça, por exemplo, são destaque no acervo paisagístico. Observá-los é se dar conta dos projetos de Burle Marx e de outros paisagistas em defesa da construção da identidade e da valorização da flora nacional.

A intenção de trabalhar com espécies regionais é evidente nas veredas de buritis do Palácio Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores. Os exemplares que compõem o espelho d’água foram transplantados dos arredores do Distrito Federal. À época, houve a dúvida se eles resistiriam ao procedimento. Pois 45 anos depois, a vegetação segue viva e viçosa. A conservação encanta as irmãs Hannah Parnes, 16 anos, e Mariana Parnes, 21. “Acho superbonito e bem-cuidado. Sou daqui, sei que esse jardim tem muita história, foi projetado pelo Burle Marx”, conta a mais jovem.



No terceiro andar do monumento, o jardim do paisagista sofreu uma perda em razão da segurança da estrutura: uma clúsia precisou ser cortada porque se adaptou tão bem ao local que cresceu e quase ultrapassou a abertura para luminosidade. Em 2012, teve de ser podada. A alteração não prejudicou a harmonia das características originais. A manutenção dos três jardins do palácio e dos três dos anexos é feita por seis pessoas.

A valorização da vegetação do cerrado e da Amazônia é clara também nos jardins do Teatro Nacional, construído em 1966. Na área externa, o paisagista fez alusão aos ecossistemas áridos do Brasil. Para compô-lo, utilizou canelas-de-ema e caliandras. Na parte interna, o jardim tropical expõe exemplares adaptados a ambientes com sombra, próprios da Amazônia. Pela dificuldade de se obter algumas mudas do projeto inicial, os espaços foram alterados, como reconheceu o chefe da Divisão de Implantação de Áreas Verdes da Novacap, Raimundo Cordeiro. “Tentamos, ao máximo, manter e recuperar a vegetação original e, quando não é possível, procuramos espécies semelhantes às descritas por Burle Marx”, revela.

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