Jornal Correio Braziliense

Cidades

Com fantasias prontas, escolas de samba do DF esperam patrocínio

Entre os funcionários, uma equipe veio do Rio de Janeiro para trabalhar na confecção das fantasias



;Está muito complicado. Não dá nem para comprar um sabonete, se você quer saber;, diz a costureira carioca Cássia Regina Dias, que dedica três dos 38 anos ao carnaval da Grande Rio e pela primeira vez veio trabalhar em Brasília. ;No Rio duvido que isso aconteça. A gente trabalha no carnaval e se mantém o ano todo;.

Para exigir um financiamento, as escolas se baseiam na Lei do Carnaval (Lei 4.738/2011 do DF), que diz que o carnaval deve ser ser organizado, gerido e apoiado financeiramente pelo GDF, que deve proporcionar a infraestrutura, os serviços públicos de apoio e a divulgação necessários à realização do evento.

"Onde está a verba da cultura? Não pode colocar tudo nas costas do carnaval. Cada área tem sua verba, tem o dinheiro da segurança, da saúde, da educação, cada um tem a sua participação no orçamento", indigna-se o aderecista Sidney Waldo, que há 15 anos trabalha no carnaval do DF.

O secretário de Turismo do DF, Jaime Recena, disse na sexta-feira (9), decorrido quase todo o prazo acordado, que conversou com alguns empresários e que há pessoas interessadas no financiamento. A secretaria ainda vai preparar um plano para apresentar oficialmente aos possíveis patrocinadores. Para que os desfiles fossem realizados regularmente seriam necessários R$ 12 milhões. Ele ainda não fechou o valor que o GDF pretende captar para o carnaval alternativo.

Com os adereços prontos e o samba-enredo ensaiado, o presidente da Império do Guará, Mário Santos, que acumula dívida de R$ 167 mil, resume o desejo dos carnalvalescos da capital em um verso da música de Alcione: "Não deixe o samba morrer".