Passado o período de festas de fim de ano, o comércio varejista inicia as campanhas de liquidação em janeiro. Em uma tentativa de atrair consumidores, as vitrines de shoppings e lojas de rua estampam anúncios de descontos agressivos, com até 70% de corte nos preços. Ainda assim, o cenário é de cautela para empresários e consumidores. Isso porque a expectativa é de redução de 3,6% nas vendas em relação a janeiro de 2014, de acordo o Índice do Comércio Varejista (ICV-DF), do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), situação agravada pelo atraso no pagamento dos servidores públicos do Governo do Distrito Federal. Para não ser enganado por falsas promoções, é fundamental que o consumidor se certifique de que o desconto anunciado condiz com a redução de preço real.
Os saldões desta época são de produtos de ponta de estoque, ou seja, é de tudo aquilo que não foi vendido em dezembro. O segmento já vinha de um ano de desempenho abaixo do esperado e, para o Natal, investiu menos em renovação de produtos do que em anos anteriores. Levantamento do Sindivarejista revelou um crescimento de vendas, no mês passado, de 2% em relação a novembro de 2014, abaixo dos 3% anteriormente projetados. Com isso, o varejo precisa desovar o que foi adquirido a fim de preparar a nova coleção, a partir de março e abril. ;Os índices refletem o ano muito difícil que tivemos, com Copa do Mundo, greve dos ônibus e, no fim do ano, com os atrasos nos salários dos servidores;, explica o presidente do sindicato, Edson de Moraes.
Controle na hora de comprar é a regra da servidora Cleide dos Santos Pereira, 47 anos. Ela conta que só aproveitou a liquidação porque vai viajar com a família. ;Se não fosse a viagem, não teria comprado. Foram compras de última hora;, afirma. Outra questão que a incentivou a consumir foram as facilidades proporcionadas pelos estabelecimentos. ;As lojas oferecem descontos e parcelamento em até seis vezes, o que ajuda muito;, avalia. Mesmo assim, ela se preocupou em pesquisar preços. ;A gente percebe que os lojistas colocam parte da mercadoria com desconto, mas não é aquela coisa toda. Tem que ficar de olho para conseguir bons preços;, diz.
Planejamento
O pagamento à vista foi a opção da estudante Fernanda Caroline Moura Garcez, 24 anos. ;Não tenho crédito, por isso, preferi economizar nos últimos meses para aproveitar os preços de agora.; Ela também garimpa araras e vitrines em busca das melhores oportunidades. ;Gosto de comprar, então, não me importo de gastar um tempinho a mais pesquisando. Se vier com tranquilidade, consigo encontrar bons descontos;, salienta. Programar-se para gastar é a medida adotada pelo advogado Silas Rosalino Queiroz, 42 anos. Ele conta que tem sempre em mente o orçamento e a importância da aquisição. ;Acredito que o consumidor precisa comprar apenas aquilo que é necessário e de acordo com a possibilidade de pagamento;, opina.
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