Em Barreiras, no interior da Bahia, um garoto de 12 anos descobriu um mundo novo ao acompanhar os trabalhos de uma equipe de tevê local. Ele nunca tinha visto uma câmera ao vivo e muito menos um repórter. Nesse momento, um sonho nasceu no coração do menino, que não mediu esforços para realizá-lo. Ronaldo Rocha, 20 anos, decidiu que gostaria de ser jornalista e, no dia seguinte, correu para uma lan house a fim de pesquisar sobre os equipamentos usados na reportagem. Ao aprender um pouco mais sobre o assunto, percebeu que a paixão estava mais nas câmeras. No último dia 22, lançou o seu segundo filme amador, no qual atuou como diretor, roteirista, câmera e produtor.
[SAIBAMAIS]No mesmo ano em que descobriu a vocação, Ronaldo começou a vender salgados na rua. Parte do dinheiro ficava guardado. A outra era usada para ir à lan house e aprender mais sobre edição de vídeo. Aos 13 anos, o jovem comprou o primeiro equipamento digital, usado para fazer filmagens na escola. ;Era o maior sucesso no colégio. Até os professores participavam. Eu inventava umas histórias malucas e chamava todo mundo;, conta o morador da Estrutural.
Assim que comprou a câmera, todos os trabalhos de escola passaram a ser feitos com vídeos, fotos e entrevistas. Dessa forma, o gosto de Ronaldo por esse mundo só aumentou. Em casa, divertia-se produzindo filmes e fingindo ser o apresentador de um jornal. ;Eu fazia um cenário, tirava o sofá do lugar, colocava um pano em frente à tevê. Usava até um terno quando brincava de apresentar um jornal;, lembra.
Ele explica que os sonhos se misturam. O jornalismo e o cinema fazem parte da adolescência dele. Hoje, está mais do que decidido, quer fazer uma faculdade de comunicação social, especializando-se em audiovisual. E promete que não vai abrir mão das produções. ;Só vou dar um tempo. Esse segundo filme deu muito trabalho. Agora, vou descansar um pouco. Mas com certeza vou fazer um terceiro e muitos outros;, completa. Ronaldo se inspira em dois diretores brasileiros: Roberto Borges, diretor de Raízes do Sertão, e em Cícero Filho, de Ai que vida.
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