Tornar-se um voluntário é decisão que requer muito de quem se dispõe a ajudar o próximo. Há de se ter responsabilidade, dedicação e disposição. Uma vez assumido o compromisso, é preciso ter em mente que a ausência de recompensas financeiras não significa que o trabalho pode ficar para depois. Sim, é como assumir um segundo emprego com prazos e metas a serem cumpridos.
Alguns, porém, devem se perguntar: mas o que se ganha em troca? Muito, garantem Camila, Bruno, Cristiane, Laís e Caroline (confira as histórias deles abaixo), que ajudam o próximo não só em ocasiões especiais, como no fim do ano. As sensações relatadas por eles foram pesquisadas pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, e o resultado, publicado pela BMC Public Health. De acordo com o estudo, ser voluntário pode melhorar a saúde mental e proporcionar uma vida mais longa. Ao analisar autoavaliações desse grupo, os especialistas concluíram que têm índices mais baixos de depressão e níveis altos de satisfação pessoal e de bem-estar.
Caroline Mello, 23 anos
Aos 23 anos, três deles dedicados ao trabalho voluntário, a estudante de biologia Caroline Mello coleciona histórias emocionantes. No começo, era para ser uma tarde com crianças carentes da Estrutural. A experiência foi tão intensa que ela se ofereceu para fazer parte do grupo contínuo. Atualmente, a jovem assiste crianças em fase terminal ou com doenças crônicas severas. Duas vezes por mês vai a uma casa no Gama, para se divertir com pacientes e familiares. E é brincando que Caroline descobre o sonho dos pequenos para, depois, torná-lo realidade.
Neste ano, ela deu asas a Lucas. Cadeirante, ele queria voar. ;Fizemos contato com o dono de um helicóptero, explicamos o projeto e contamos a história do Luquinha. Ele topou e conseguimos um sobrevoo em Brasília;, relata. Também faz parte do trabalho de Caroline visitar as crianças que precisam ser hospitalizadas. Municiada de revistas, brinquedos, folhas e canetinhas, ela passa a tarde com elas. ;Ver a carinha delas é uma coisa que não tem explicação. Não sei quem fica mais feliz, se eles ou a gente;, afirma.
Camila Cavalari, 26 anos, graduada em relações internacionais
A necessidade de fazer mais pelo próximo bateu no auge da adolescência de Camila Cavalari, 26 anos. No ensino médio, ela ajudava os colegas em ações beneficentes em datas como Páscoa, Dia das Crianças e Natal ou na entrega de mantimentos em instituições que trabalham com crianças. O tempo passou, mas o desejo de ajudar, não. Formada em relações internacionais, Camila enveredou pela área dos direitos humanos. E se deu conta de que somente o trabalho no escritório era pouco diante das necessidades de tantas pessoas.
Movida por esse sentimento, ela e o namorado começaram a procurar uma forma de se engajar. E por meio de uma rede social conheceram dois grupos: o Change Generation e o Grupo do Bem. Ingressaram em ambos. Contribuem com dinheiro e com tempo livre. O grupo assiste uma creche na Estrutural e famílias que moram nas proximidades do lixão. Na última ação do ano, um momento especial. Encheram um caminhão de cestas básicas, roupas e brinquedos novos e usados. ;Saber que a poucos dias do Natal ninguém ia passar fome e ver cada criança brincando foi muito, muito especial mesmo;, relata a jovem.
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