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Sem acordo sobre o pagamento dos salários atrasados, os funcionários de creches conveniadas aos GDF desocuparam o Eixo Monumental por volta das 14 horas desta quinta-feira (18/12), após cinco horas de protesto em frente ao Palácio do Buriti. No início da manhã, cerca de 300 trabalhadores chegaram a interditar as seis faixas da via N1, que foram liberadas por volta de 10h30. O congestionamento chegava próximo à Torre de TV. Às 12h30, manifestantes voltaram para o asfalto e bloquearam também a S1 por aproximadamente 15 minutos.
Uma nova reunião com os dirigentes das creches foi marcada para às 16h de hoje e todos os funcionários voltaram ao trabalho. Mesmo parados há uma semana, eles continuam batendo o ponto nas instituições. Valdieida Felipe de Souza, 30 anos, trabalha na creche São Luís, de Ceilândia Sul. Sem ter onde deixar a filha de quatro anos, ela conta com a ajuda de vizinhos, que pedem até R$ 40 por dia para cuidar da criança. "Quando eu receber não vai sobrar muito, já gastei pelo menos R$300", calcula.
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Verônica Cordeiro, diretora de uma das creches, diz que a categoria não recebe desde setembro. "Os funcionários estão sem pagamento, sem 13; e nós viemos protestar porque a única resposta que temos é que o dinheiro vai entrar até 31 de dezembro", reclama. Segundo a servidora, o repasse só foi feito para quatro das 44 instituições. Cinco mil crianças são prejudicadas pelo atraso.
Funcionária de outra creche, em Ceilândia, Caroline Lima conta que os trabalhadores não recebem repasse do GDF há 120 dias. "Não temos dinheiro para transporte, nem alimentação. Tivemos de fechar as portas e as crianças estão voltando para casa", reclamou. Por volta das 10h10, um grupo de manifestantes foi recebido pelo secretário de Estado da Administração Pública, Wilmar Lacerda.