Jornal Correio Braziliense

Cidades

Polícia para ônibus com lideranças indígenas e detém mais dois

Segundo a assessoria do Instituto Socioambiental (Isa), que acompanhava os indígenas, cerca de 50 policiais militares pararam o ônibus e outros carros que trafegavam pela via

Um ônibus com indígenas que participaram de ato no Congresso Nacional foi parado pela Polícia Militar (PM), na noite de hoje (16), na BR-040, nas proximidades do posto da Polícia Rodoviária Federal, em Santa Maria, no Distrito Federal.

Segundo a assessoria do Instituto Socioambiental (Isa), que acompanhava os indígenas, cerca de 50 policiais militares pararam o ônibus e outros carros que trafegavam pela via. O advogado do Isa, Maurício Guetta, conta que todos os índios tiveram que descer e foram revistados. Em seguida, segundo Guetta, os policiais prenderam dois indígenas alegando flagrante por tentativa de homicídio.

A Agência Brasil procurou falar com o comandante da operação, mas não conseguiu contato até a publicação desta matéria. A PM confirmou a operação e disse que ;dois suspeitos; foram levados para a 5; Delegacia de Polícia, em Brasília.



Sobre o processo contra os índios, a assessoria da PM informou que ele foi aberto devido ao fato de dois policiais terem sido feridos no confronto que ocorreu mais cedo: um com uma flechada e outro com uma batida na cabeça. Ambos passam bem. Já os indígenas relatam violências tanto no Congresso, onde foram recebidos com spray de pimenta, quanto durante as detenções.

Além dos dois índios detidos na operação, quatro foram presos mais cedo. Um deles foi liberado há pouco, após prestar depoimento. Segundo a assessoria do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que acompanha o caso, o índio guarani foi liberado porque não estava armado. Os demais continuam detidos.

O advogado do ISA critica a operação da PM. ;A bancada ruralista já estava sabendo que haveria manifestações hoje e armou todo um cenário para que a votação não ocorresse, mas que houvesse tumulto na frente da Câmara, inclusive impedindo a entrada dos indígenas, que são parte interessada, por serem afetados pela PEC;, segundo Guetta.