Jornal Correio Braziliense

Cidades

Relatório sugere soluções para áreas como saúde e transporte no DF

Especialistas criaram um documento, que será entregue ao futuro governador, Rodrigo Rollemberg

Manifestações no Eixo Monumental, passageiros sem transporte, crianças sem creches e hospitais sem atendimento. Os brasilienses vivem um momento difícil na capital do país. No entanto, um estudo elaborado pela Fecomécio busca diagnosticar e solucionar os principais problemas do Distrito Federal. O relatório será entregue ao governador eleito Rodrigo Rollemberg e aos deputados distritais na segunda-feira (15/12).


O projeto foi realizado entre 2012 e 2014 e contou com a participação de especialistas da área de urbanismo, geógrafos, economistas, policiais, professores, médicos, entre outros. ;;Mesmo com apenas 54 anos, o Distrito Federal apresenta problemas sérios que demandam soluções urgentes. O crescimento desordenado impôs desafios ao tombamento e à vida dos brasilienses;, explica Adelmir Santana, presidente da Fecomércio. "Administrações públicas desfocadas também fizeram com que problemas de saúde, mobilidade e segurança fossem agravados", completa.

Expansão populacional
Com mais de 2 milhões de habitantes, o Distrito Federal foi a quarta região do país que mais apresentou crescimento populacional em 2014, segundo o IBGE. O relatório ressalta para importância dos limites da expansão populacional do DF, levando em conta as condições ambientais e estruturais da capital. Águas Claras é citada como exemplo de falta de planejamento, com prédios de até 25 andares e poucas vias de acesso. A Federação sugere que qualquer mudança no Plano de Preservação seja debatido com a sociedade com os urbanistas brasilienses.


Entorno
Segundo o texto, parte importante da solução do Distrito Federal está fora de Brasília. A Federação acredita que se o governo do DF promovesse a geração de emprego em todas as regiões administrativas e nos municípios vizinhos a pressão sobre a área central de Brasília seria amenizada. O objetivo seria fazer com que essas regiões se desenvolvessem e, consequentemente, viabilizasse a saúde e a educação para que os moradores não precisassem fazer longas viagens para Brasília.


Saúde

Outra proposta sugerida pelo Fecomércio é implantar um projeto no Sistema Único de Saúde (SUS) que viabilizasse o atendimento na casa do paciente para desafogar os setores de emergências dos hospitais, liberando uma quantidade maior de leitos - sobretudo para aqueles que não têm condições de se locomoverem ou que sofrem de doenças graves. Outra medida seria investir na prevenção de doenças, expandindo programas como o Rede cegonha - que dá suporte às gestantes - e a carreta da mulher, além de estabelecer ciclos de melhoria contínua no sistema de gestão. O relatório também sugere a contratação de mais servidores, incentivar os empresários da área da saúde para investir nas unidades e melhorar as estruturas dos hospitais.


Educação
Universalizar a educação integral é o ponto de partida para melhor a educação do DF, de acordo com a pesquisa. A medida atende os pais, que precisam trabalhar e oferece formação para crianças e adolescentes. Investir na qualificação e remuneração dos professores também é fundamental. Além de obras para melhorar a estrutura das unidades de ensino, a Fecomércio propõe turmas de até 20 anos por sala de aula, para reduzir a superlotação e melhorar a qualidade da aprendizagem.


Segurança
As soluções apresentadas pela Fecomércio para reduzir a violência no Distrito Federal são: reduzir a maioridade penal, criar projetos de ressocialização de presos, estabelecer parcerias público-privadas para construção de presídios, incentivar a meritocracia e recompensar os policiais em suas devidas carreiras, além de reformular projetos para juventude, reprimir o tráfico de drogas e integrar os serviços das policias Civil e Militar.


Mobilidade urbana
Para desafogar o trânsito na capital federal, a Fecomércio sugere o incentivo do uso das bicicletas, priorizar e investir no transporte sobre trilhos, no sistema integrado de transporte, além de realizar obras que incentivem o transporte coletivo. Com relação aos constantes alagamentos, o estudo prevê a implementação de planos de contenção das chuvas.