No entanto, somente parte da situação está resolvida. Dos 45 mil empregados da saúde, somente 35 mil terão as contas acertadas. Os 10 mil aposentados permanecerão sem salário. A categoria realiza nesta manhã uma assembleia, no Hospital de Base do DF.
População refém
Foram oito horas de caos no centro de Brasília ontem. Trânsito bloqueado, alunos da rede pública de ensino sem aulas e hospitais abertos somente para emergência. A falta de pagamento dos salários de professores e servidores da saúde provocou uma série de protestos na capital. A população ficou, mais uma vez, prejudicada.
Em assembleia, os servidores da saúde haviam decidido, por unanimidade, pela greve geral até que os salários fossem realmente depositados. A decisão abrangeu técnicos, auxiliares, assistentes e especialistas da saúde pública. Eles reclamavam estar sem o pagamento do mês de novembro, do 13; salário e das horas extras. Com a medida, os atendimentos em todas as unidades de saúde, incluindo emergências e ambulatórios, ficaram praticamente parados.
O GDF encaminhou, aproximadamente, R$ 225 milhões para o banco pagar as remunerações dos cerca 50 mil docentes da ativa e aposentados. As paralisações ocorreram na semana de provas do 4; bimestre dos estudantes e deve haver reposição das aulas perdidas. ;Cada escola vai seguir o calendário pedagógico. É necessário adequar as necessidades de cada colégio;, ressalta.
O secretário de Administração Pública, Wilmar Lacerda, reconheceu que o GDF enfrenta dificuldades financeiras. ;Isso não é uma excepcionalidade do GDF. O Brasil enfrenta baixo crescimento da economia, mas o pagamento dos salários foi independente das manifestações.;
Cinco dias para Sanoli e governo
A Justiça decidiu que a Sanoli Indústria e Comércio de Alimentação Ltda que fornece alimentação para hospitais públicos do Distrito Federal, deve manter o serviço por mais cinco dias. O juiz da 3; Vara da Fazenda Pública também determinou que o DF quite a dívida com a empresa no mesmo prazo e nas mesmas condições de sanção pecuniária para o caso de descumprimento. O não cumprimento da decisão vai se tornar multa diária de R$ 30 mil, até o limite de R$ 1 milhão, para ambos os lados. A ação cautelar foi ajuizada pelo DF porque a suspensão dos serviços fere os princípios da continuidade do serviço público, da função social do contrato e da primazia do interesse público sobre o privado.
Com informações de Isa Stacciarini e Thiago Soares