Os cerca de 10 mil salões de beleza e clínicas de estética movimentam mais de R$ 350 milhões por mês no Distrito Federal, um mercado que parece atravessar imune a crise econômica no país. Mas, enquanto os empresários do setor comemoraram os números, empregados ainda têm direitos trabalhistas básicos negados. Segundo levantamento do Sindicato dos Salões de Barbeiros e Cabeleireiros e Institutos de Beleza do DF (Sincaab-DF), 80% dos mais de 20 mil funcionários do segmento atuam de maneira informal.
São cabeleireiros, manicures, barbeiros, massagistas e podólogos que prestam serviço a patrões sem ter a carteira de trabalho assinada. Muitos nem sequer fazem contratos básicos. É como se a massa que injeta milhões na economia da capital federal não existisse para o governo. Para tentar mudar esse cenário, a presidente da entidade sindical, Elaine Furtado, pretende dar início a uma campanha a fim de denunciar as irregularidades.
“São ferramentas que protegem o trabalhador caso ele sofra algum acidente, por exemplo. As empresas também têm garantias, pois, sem documento algum, elas não têm como se defender quando algum trabalhador acionar a Justiça exigindo o cumprimento de direitos”, explicou Elaine. Ela garante que, a partir de agora, o sindicato vai intensificar a fiscalização.
Cabeleireiro há 36 anos, Wanderley Estrella, 51, conhece bem as dificuldades de trabalhar sem nenhuma segurança. Durante toda a carreira, teve a carteira assinada por um período de 10 anos, mas somente quando atuou como instrutor no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Há dois anos, optou por usar o nome já consolidado na cidade para trabalhar por conta própria. “Decidi ser autônomo porque via o mercado crescer a cada dia e o meu retorno financeiro ser cada vez menor. O grande problema é que os patrões fazem os empregados arcarem com o custo operacional, usado para pagar aluguel, condomínio, água, e isso consome mais de 20% do nosso faturamento. A verdade é que os profissionais chegam a tirar R$ 10 mil brutos por mês, mas recebem apenas R$ 2 mil. Hoje, ganho até 200% mais do que quando era funcionário”, afirmou.
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