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Por enquanto, não há destino para as peças desenhadas especialmente para o Cine Brasília. Como não obedecem às normas de segurança, também não serão usadas em auditórios. Não é a primeira vez que o patrimônio artístico de Brasília sofre com o abandono (leia Memória). Os novos assentos, 632 no total, foram instalados após uma licitação. O processo atrasou, o que resultou no adiamento da reinauguração da sala de cinema mais tradicional do Distrito Federal.
Sérgio Rodrigues trabalhou ao lado de Oscar Niemeyer e de Lucio Costa. Além dos assentos do Cine Brasília, desenhou móveis para diversos prédios públicos do Distrito Federal, entre eles, o Teatro Nacional e os palácios Itamaraty e do Jaburu. O artista foi um dos primeiros a industrializar o design brasileiro e torná-lo mundialmente conhecido. Entre os trabalhos mais importantes, também estão os móveis da Embaixada do Brasil em Roma e a Poltrona Mole, que ganhou o grande prêmio do 4; Concurso Internacional do Móvel, em Cant;, na Itália.
A peça ganhou destaque por ser original e representar o Brasil. A estrutura robusta se mostrava contra o padrão da época, que previa pernas finas. Inicialmente, a ideia não agradou aos brasileiros. Mais tarde, já um sucesso, o assento ganhou um nome internacional: sheriff. A poltrona está exposta no Museu de Arte Moderna de Nova York. Os móveis assinados por Sérgio passam dos R$ 11 mil, segundo avaliações informais.
Uma das características mais marcantes do trabalho do designer foi o uso de madeira nativa brasileira nos trabalhos. Sobrinho do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, Sérgio formou-se na faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ) em 1952. Três anos depois, ainda na capital carioca, criou a indústria Oca, um estúdio de arquitetura de interiores que também funcionava como galeria de arte. O designer morreu em 1; de setembro, vítima de um câncer, no bairro de Botafogo, no Rio. Ele deixou a mulher e três filhos.
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