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'Eu só pensava: eu, ele e a faca', diz servidora vítima de sequestrador

A postura de Jurema da Silva, refém de Robson Martins, é avaliada pela Casa Militar do GDF como determinante para a integridade dos dois durante o desfecho do caso. Mesmo com uma faca no pescoço, ela conversou e obedeceu às ordens do acusado



[SAIBAMAIS]Como você chegou até o local?
Cheguei de carro e estacionei naquele lugar, como faço todos os dias. Aguardava o transfer para o Tribunal de Justiça e estava na parada há uns dois ou três minutos. Havia outras duas pessoas, um homem e uma mulher. Quando percebi, o homem já estava muito próximo de mim. As outras pessoas conseguiram se levantar e foram para trás do ponto de ônibus. Quando notei que ele vinha em minha direção, também tentei levantar e fugir, mas ele me segurou pelo cabelo. A princípio, achei que fosse um assalto.

Como ele reagiu?
No início, eu não vi a faca. Só depois que ele me deu uma gravata no pescoço é que eu fui perceber. Tentei tirar a faca da mão dele, mas me machuquei no dedo. Eu falava para ele ficar tranquilo e que eu poderia ajudá-lo.

Como foram os momentos seguintes?
Ele pediu para que eu solicitasse aos policiais um revólver ou uma outra faca para ele se matar. Ele também pedia muito a presença da imprensa, porque dizia que os policiais queriam matá-lo. Eu comecei a conversar com ele dizendo que um advogado iria ajudá-lo. Chegou um homem e se apresentou com a carteira da OAB, mas ele não quis o apoio.

Quais eram as reivindicações dele?
Ele falava a todo momento que os policiais estavam atrás dele e que iam tirar a vida dele, assim como fizeram com a família. Ele também falava que ia se matar. Eu disse assim: ;Quem deu a sua vida para você não foi Deus? Você não acha que só Ele pode tirá-la?;. Ele respondeu que já tinha tido essa visão e que isso iria acontecer.

Como você reagiu?
No início, eu fiquei preocupada, mas ele falou que não ia me machucar. Foi aí que eu comecei a ficar tranquila. Ele pedia para eu não o deixar nas mãos dos policiais e falava que queria a presença da Dilma (Rousseff) e da imprensa. (Isa Stacciarini)

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