postado em 01/11/2014 21:01
A confirmação estampada no exame traz junto a certeza de que tudo não será como antes. Objetivos e sonhos que foram traçados durante uma vida são, de uma hora para outra, revistos. Porém, muito além de mexer com os planos individuais, uma gravidez não programada faz com que jovens pulem etapas e antecipem em alguns anos o amadurecimento.
No Distrito Federal, 13,4% das adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram filhos. Quando se trata de jovens entre 20 e 24 anos, o índice sobe para 22,1%. Os dados são da última pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012.
O casal Suzanne do Vale e Pablo Poleze faz parte desse grupo que teve que assumir responsabilidades mais cedo do que imaginavam. Quando souberam da chegada do filho, os jovens tinham 20 anos. Os dois se conheceram no ensino médio e começaram a namorar aos 16 anos. O casal conta que sempre se protegeu, mas, em uma ocasião, o perservativo falhou. Hoje, o filho Miguel tem 2 anos e oito meses. ;Não conclui a faculdade, meus passeios com amigas e com o Pablo diminuíram e passo grande parte do meu tempo em casa por causa dele;, conta.
Poleze faz faculdade de engenharia civil pela manhã e trabalha a tarde. O casal tem um contrato de união estável e moram juntos desde o nascimento do filho. ;Tivemos que adiar sonhos como viagens, comprar um carro e tudo o que as pessoas sonham em ter. Foi tão cedo (a gravidez) que não deu tempo de formular os objetivos direito. Tivemos que abrir mão de boa parte da nossa juventude;, desabafou Suzanne.
A terapeuta Simone de Magalhães diz que o choque com a nova realidade é natural, mas é preciso ter os pés nos chão. "A primeira coisas que se pensa neste momento é: ;Como vamos resolver isso?;. Os planos são mudados ou adiados, o sentimento de frustração aparece. É um misto de sensações. Mas o ideal é tentar extrair aprendizado da situação e aplicar isso na vida", explica.
Poleze recorda como recebeu a notícia da vinda de Miguel. ;Tive dificuldades em contar a novidade para os meus familiares. Na época tinha acabado de entrar no Exército, as responsabilidades que já estavam aumentado e cresceram ainda mais. Tive que mudar hábitos como jogar videogame e passear;, lembra. Já Suzanne admite que passou por momentos de estresse emocional. ;Fiquei muito nervosa e chorei bastante, pois estava preocupada com o que viria pela frente, como o abandono dos estudos e a reação dos meus pais;, afirma.
A terapeuta explica que a estrutura familiar que os futuros pais tiveram contribui bastante na forma como o casal vai lidar com as mudanças que um filho traz. O apoio que eles recebem da família e amigos também faz toda a diferença. ;A distinção de um casal adolescente e de um mais experiente é que o primeiro passará por duas adaptações: a do casal e do bebê, tudo muito rápido. Já o segundo tem outras áreas da vida encaminhadas e bem estruturadas. Sendo assim, o impacto será bem menor;, conta.
Segundo a especialista em depressão pós-parto do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Alessandra Arrais, as mães jovens são mais suscetíveis a fatores de risco. ;Geralmente elas não têm maturidade e uma vida conjugal e financeira estabilizada. Além da chegada do bebê, a mulher está passando por outras mudanças;, explicou Arrais.
Mudança completa
Larissa Valadares, 21, e Leonardo Ferreira, 25, se casaram em agosto deste ano. Eles namoraram por mais de três anos à distância. A jovem morava em Tocantins, ele em Brasília. Larissa cursava direito e Ferreira se formou em ciências contábeis. Ambos faziam planos para morar mais perto, viajar e constituir família nos próximos anos, até que ela resolveu parar de tomar a pílula anticoncepcional e engravidou. A pequena Laura chegou ao mundo no último dia 20 de outubro.
;Vim para Brasília, alugamos nossa casa, nos casamos. De repente assumi o papel de esposa, dona de casa e mãe. Tivemos a dificuldade da adaptação repentina;, conta ela, que teve que trancar a faculdade.
Para o pai não foi diferente. ;Desde que soubemos da Laura, começamos a traçar novos caminhos. Saí da casa dos meus pais, assumi um novo lar, uma família. Hoje eu evito os gastos supérfluos de antes porque preciso dar o melhor para minha esposa e minha filha;, conta Ferreira.
O casal planeja comprar uma casa própria. Larissa afirma que, "quando a vida estiver mais estável", pretende se tornar uma advogada. "Tudo é questão de postura e decisão. Ou você se deixa abalar com as mudanças ou as usa como impulso para correr atrás. A alegria da chegada da nossa filha nos contagiou e queremos dar a ela um futuro brilhante;, conta.
Para as mães e pais que procuram uma forma de retomar os sonhos e os projetos após o nascimento do filho, a terapeuta sugere esperar a criança ter idade para ficar em uma creche ou inserir familiares na criação do bebê.
No Distrito Federal, 13,4% das adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram filhos. Quando se trata de jovens entre 20 e 24 anos, o índice sobe para 22,1%. Os dados são da última pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012.
O casal Suzanne do Vale e Pablo Poleze faz parte desse grupo que teve que assumir responsabilidades mais cedo do que imaginavam. Quando souberam da chegada do filho, os jovens tinham 20 anos. Os dois se conheceram no ensino médio e começaram a namorar aos 16 anos. O casal conta que sempre se protegeu, mas, em uma ocasião, o perservativo falhou. Hoje, o filho Miguel tem 2 anos e oito meses. ;Não conclui a faculdade, meus passeios com amigas e com o Pablo diminuíram e passo grande parte do meu tempo em casa por causa dele;, conta.
Poleze faz faculdade de engenharia civil pela manhã e trabalha a tarde. O casal tem um contrato de união estável e moram juntos desde o nascimento do filho. ;Tivemos que adiar sonhos como viagens, comprar um carro e tudo o que as pessoas sonham em ter. Foi tão cedo (a gravidez) que não deu tempo de formular os objetivos direito. Tivemos que abrir mão de boa parte da nossa juventude;, desabafou Suzanne.
A terapeuta Simone de Magalhães diz que o choque com a nova realidade é natural, mas é preciso ter os pés nos chão. "A primeira coisas que se pensa neste momento é: ;Como vamos resolver isso?;. Os planos são mudados ou adiados, o sentimento de frustração aparece. É um misto de sensações. Mas o ideal é tentar extrair aprendizado da situação e aplicar isso na vida", explica.
Poleze recorda como recebeu a notícia da vinda de Miguel. ;Tive dificuldades em contar a novidade para os meus familiares. Na época tinha acabado de entrar no Exército, as responsabilidades que já estavam aumentado e cresceram ainda mais. Tive que mudar hábitos como jogar videogame e passear;, lembra. Já Suzanne admite que passou por momentos de estresse emocional. ;Fiquei muito nervosa e chorei bastante, pois estava preocupada com o que viria pela frente, como o abandono dos estudos e a reação dos meus pais;, afirma.
A terapeuta explica que a estrutura familiar que os futuros pais tiveram contribui bastante na forma como o casal vai lidar com as mudanças que um filho traz. O apoio que eles recebem da família e amigos também faz toda a diferença. ;A distinção de um casal adolescente e de um mais experiente é que o primeiro passará por duas adaptações: a do casal e do bebê, tudo muito rápido. Já o segundo tem outras áreas da vida encaminhadas e bem estruturadas. Sendo assim, o impacto será bem menor;, conta.
Segundo a especialista em depressão pós-parto do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Alessandra Arrais, as mães jovens são mais suscetíveis a fatores de risco. ;Geralmente elas não têm maturidade e uma vida conjugal e financeira estabilizada. Além da chegada do bebê, a mulher está passando por outras mudanças;, explicou Arrais.
Mudança completa
Larissa Valadares, 21, e Leonardo Ferreira, 25, se casaram em agosto deste ano. Eles namoraram por mais de três anos à distância. A jovem morava em Tocantins, ele em Brasília. Larissa cursava direito e Ferreira se formou em ciências contábeis. Ambos faziam planos para morar mais perto, viajar e constituir família nos próximos anos, até que ela resolveu parar de tomar a pílula anticoncepcional e engravidou. A pequena Laura chegou ao mundo no último dia 20 de outubro.
;Vim para Brasília, alugamos nossa casa, nos casamos. De repente assumi o papel de esposa, dona de casa e mãe. Tivemos a dificuldade da adaptação repentina;, conta ela, que teve que trancar a faculdade.
Para o pai não foi diferente. ;Desde que soubemos da Laura, começamos a traçar novos caminhos. Saí da casa dos meus pais, assumi um novo lar, uma família. Hoje eu evito os gastos supérfluos de antes porque preciso dar o melhor para minha esposa e minha filha;, conta Ferreira.
O casal planeja comprar uma casa própria. Larissa afirma que, "quando a vida estiver mais estável", pretende se tornar uma advogada. "Tudo é questão de postura e decisão. Ou você se deixa abalar com as mudanças ou as usa como impulso para correr atrás. A alegria da chegada da nossa filha nos contagiou e queremos dar a ela um futuro brilhante;, conta.
Para as mães e pais que procuram uma forma de retomar os sonhos e os projetos após o nascimento do filho, a terapeuta sugere esperar a criança ter idade para ficar em uma creche ou inserir familiares na criação do bebê.