Cidades

Brasília aparece em segundo lugar em ranking de economia criativa

Em expansão, esse mercado ganhará, a partir do próximo ano, um polo e projetos de capacitação para empresas incubadoras

Flávia Maia
postado em 24/10/2014 06:13
Sergio Lacerda e Johil Carvalho, da Muviola, tentam transformar a produção de cinema local em negócio lucrativo
"O brasileiro não espera uma solução, vai lá e cria;, afirma Georgia Nicolau, diretora de Empreendedorismo, Gestão e Cultura do Ministério da Cultura. Em 2012, o pai do termo economia criativa, John Howkins, em entrevista à Revista do Correio, ressaltou a diversidade cultural como um diferencial brasileiro no desenvolvimento do setor. Mas também lembrou que essa característica precisa ser mais bem explorada. ;O Brasil é conhecido pelo seu estilo, pelas cores, pela paixão, pela emoção, pelas roupas, pela música e pelo futebol. Mas essas qualidades não são traduzidas em personagens, histórias, produtos, serviços, design, carros ou roupas que consumidores de Nova York, Londres ou Xangai querem comprar;, afirmou, na ocasião.



Questionados sobre o potencial brasileiro no segmento criativo, especialistas em empreendedorismo são unânimes em afirmar que o país tem elementos para desenvolvê-lo. ;A economia criativa tem crescido a sua participação, mas ainda há muito espaço. Temos a força empreendedora e uma capacidade muito interessante de nos reiventarmos. Precisamos transformar todas essas influências em produtos e em serviços diferenciados para o mercado;, defende Newton Campos, professor de empreendedorismo da Fundação Getulio Vargas (FGV). ;O Peru se firmou como uma referência de culinária internacional. Aproveitaram o tempero das várias culturas do país e apresentaram um produto que está ganhando o mundo;, conta.

Para Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae Nacional, nesse processo de construção da economia criativa brasileira, a boa orientação é fundamental, como mostrou os quatro dias da série ;O valor das ideias;. Por isso, o Sebrae vai investir, no próximo triênio (2015-2018), R$ 70 milhões. Atualmente, o órgão atua em 180 projetos. ;É um segmento com muitas peculiaridades de serviço e de produtos. Existem alguns setores mais simples de empreender porque a sua natureza é mais descomplicada. Mas a economia criativa precisa desse auxílio para crescer no país;, justifica.

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