Um estudante de 21 anos, que preferiu não se identificar, é um dos organizadores do "peladaço" e alegou que a ação dos fiscais foi truculenta. "Ele foi reprimido de forma violenta, o derrubaram no chão", relatou. Outra universitária informou que o ato não é considerado atentado ao pudor e que pretende escrever uma carta de repúdio ao reitor contra a ação dos seguranças. "Se tratava de uma apresentação sobre a imposição do perfil heterossexual na sociedade. Todo ano há atos com nudez e nunca houve repressão", garantiu.
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Apesar da grande adesão, o ato não agradou a todos. O aluno de direito Raphael Thimotheo, 20 anos, se diz contra a manifestação. "Essas atitudes não são convenientes em um espaço público como a UnB, apesar da nudez ser algo natural, as pessoas não estão acostumadas a se deparar com esta cena", defendeu.
O motivo
No vídeo, que tem pouco mais de um minuto e mais de 400 visualizações, o rapaz aparece com uma peruca loira e enrolado em um pano branco. Os funcionários pedem para o jovem esconder as partes íntimas, mas a orientação, contudo, é ignorada. Um dos agentes tentou enrolar o tecido no rapaz, que relutou e foi contido por mais dois seguranças. Imobilizado, o jovem começou a gritar "me solta" e "estupro, estupro".
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A UnB informou que o estudante está matriculado no Instituto Federal de Brasília (IFB). A apresentação estava agendada para ocorrer no anfiteatro 9 do ICC, no entanto o aluno insistiu em caminhar sem roupas nos corredores.
Ainda de acordo com a universidade, não houve violência e os fiscais agiram após uma denúncia de outros estudantes que se sentiram ofendidos com a nudez. A UnB registrou um boletim interno, mas destacou que os funcionários não sabiam que se tratava de uma performance.
Nesta semana, o anfiteatro recebe o 16; Festival Universitário de Música Candanga (Finca). A UnB, no entanto, não soube informar se o rapaz fazia parte da programação.
Outro caso
Não é a primeira vez que os estudantes da UnB fazem "peladaço" no local. Em 2009, um grupo se reuniu para protestar contra o tratamento recebido por Geisy Arruda, na Universidade Bandeirante (Uniban), de São Bernardo do Campo, São Paulo. O ato contou com pouco mais de 150 universitários. A maioria usava apenas roupas íntimas, mas dez ficaram nus.
A então estudante foi hostilizada por usar roupas curtas e chegou a ser expulsa da Uniban, mas a escola voltou atrás após a repercussão na mídia.