Cidades

Representante de Niemeyer vai à Justiça para receber salários atrasados

Carlos Magalhães, o preposto do criador de Brasília, recorre ao Judiciário para receber R$ 150 mil; o escritório do arquiteto morto em 2012 alegou abandono de emprego pelo arquiteto

Luiz Calcagno
postado em 26/09/2014 06:03

Niemeyer e Magalhães construíram prédios importantes e visitaram obras, como a do Panteão da Pátria, com o ex-governador José Aparecido

Uma relação pessoal e profissional de mais de 50 anos teve um capítulo litigioso. Carlos Magalhães, ex-genro e único representante de Oscar Niemeyer em Brasília, ganhou uma ação contra o escritório do arquiteto. O Arquitetura Urbanismo Oscar Niemeyer alegava abandono de emprego por parte de Carlos. Por determinação da 19; Vara do Trabalho, a empresa deverá pagar R$ 150 mil ao também pai de dois netos de Niemeyer.

Carlos, de 81 anos, não recebia regularmente os salários desde a morte do amigo e parceiro, em 5 de dezembro de 2012. Ainda teve os proventos suspensos em outubro de 2013. A empresa alegava que ele teria abandonado o trabalho em novembro do ano passado. Além disso, reclamou que o funcionário agira de má-fé. Porém, diante das provas apresentadas, o juiz Grijalbo Fernandes Coutinho considerou a tese da defesa ;fragilizada;. A sentença saiu em 22 de setembro e cabe recurso.

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Em Brasília, Carlos era responsável por cuidar das obras e dos projetos de Niemeyer. Também respondia pelo Arquitetura Urbanismo Oscar Niemeyer, com sede no Rio de Janeiro e controlado pela viúva do arquiteto, Vera Niemeyer. ;Eles querem deixar Niemeyer com fama de mau pagador e a mim, de mau profissional. Isso eu não admito. Abdiquei de muitos assuntos pessoais para tratar das coisas dele. Tenho um trabalho com ele. Essas coisas têm de ficar às claras. Na Justiça, é preciso provar o que se diz. Não houve seriedade na forma com que eles trataram esse assunto. Demonstraram pouco caso, desprezo;, queixou-se, ao Correio.

A parceria entre os dois começou antes da fundação de Brasília. Formado na Faculdade Nacional de Arquitetura do Rio de Janeiro, Carlos veio para a capital em 1959 na tentativa de trabalhar com Niemeyer, que já admirava. Deu tão certo que a dupla de arquitetos trabalhou lado a lado na construção da Catedral, do Palácio do Planalto, de alguns ministérios e de prédios da Justiça. Há inúmeras fotos deles em frente às obras.


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