O 3; Salão de Acessibilidade, Reabilitação e Inclusão Social termina nesse domingo (21/9), Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. O evento, que ocorre em Brasília, oferece oportunidades de emprego às pessoas com deficiência, exposições de arte e artesanato e palestras sobre mercado de trabalho. A feira é promovida pela Cooperativa Ecosol Base Brasil.
Segundo a organizadora, Teresinha Plantoja, o foco da feira é a inclusão produtiva de pessoas com deficiência. ;O segmento não apenas consome. As pessoas com deficiência produzem, em associações, em cooperativas, dentro de uma realidade de economia solidária. Aqui há uma mostra dos empreendimentos;, explica.
Entre os produtos expostos estão os quadros de Evaneide Ferreira. A artista plástica, de 48 anos, ficou tetraplégica em 1987, depois de sofrer um acidente de carro. Ela conta que, após descobrir a possibilidade de digitar e pintar com a boca, sua vida se transformou.
;Com o acidente, tive lesão modular, fiquei desesperada durante muitos anos, sem ter uma visão de futuro. Daí surgiu a ideia de eu digitar com a boca, depois, comecei a pintar. Nasci de novo quando comecei, foi um mundo novo que se abriu;, comemora. Evaneide escreveu seis livros, três deles publicados.
Lúcio Piantino é outra pessoa com deficiência que mudou de vida após começar a pintar. seus quadros foram vendidos na feira. O jovem de 19 anos tem síndrome de Down e afirma que a pintura foi a saída que encontrou para enfrentar o preconceito sofrido na escola. ;Estou feliz com o meu trabalho, gosto de pintar. Eu sou pai dos meus quadros e os meus alimentos são as minhas tintas. A minha vida é só arte desde que eu nasci.;
A mãe de Piantino, Lurdinha Danezy, diz que são necessárias mais ações para inclusão de pessoas com deficiência. ;A gente quer que as pessoas com algum tipo de deficiência tenham acesso aos lugares, às coisas, aos eventos, à vida social. Inclusão não é só instalar rampas;, defende.
Para o professor de massagem, Clodomir de Moraes, se posicionar no mercado de trabalho é uma forma de garantir independência e inclusão às pessoas com deficiência. Morais ficou cego há 20 anos e oferece um curso de massagem para deficientes visuais.
O professor explica que trabalhar com massoterapia foi a forma que encontrou de se reposicionar profissionalmente. ;É o reconhecimento do deficiente visual trabalhando com independência. Isso dá empoderamento a nós, deficientes. É uma forma de a pessoa com deficiência saber que ele é um profissional, respeitado e ganhando dinheiro pelo que ele faz;.
Um dos alunos de Morais é Ricardo Souza, de 22 anos. O jovem nasceu cego e acredita que a principal forma de acessibilidade é se integrar no convívio social. ;A gente vem para a rua quando encontra motivação, para expor nossas produções, mostrar nosso potencial, encontrar amigos. A interação social é o mais importante;.