Cidades

Maiores bicheiros do DF apostam na impunidade e ampliam negócio ilegal

Os barões da jogatina têm faturamento de R$ 3 milhões mensais. MP denunciou os líderes do esquema, mas a Justiça indeferiu a prisão

postado em 01/09/2014 06:15
Flagrante da contravenção na QNE 29 de Taguatinga Norte: depois que os líderes saíram da prisão, a prática se expandiu
Espalhados por centenas de becos, bares e esquinas, os apontadores do jogo do bicho no Distrito Federal movimentam um mercado milionário de apostas clandestinas. São homens e mulheres especializados em vender bilhetes com números de animais. Trabalham para dois barões da jogatina na cidade que, mesmo detidos pela Polícia Civil no fim de 2013 e denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDF) no início deste mês, continuam a lucrar com a atividade ilegal.

[SAIBAMAIS]Hélio Alfinito, o Helinho, é o mais conhecido bicheiro de Brasília e controla o jogo em pelo menos oito cidades, de acordo com as investigações da polícia. O outro contraventor, João Carlos dos Santos, é responsável por comandar quatro regiões (veja mapa). Presos em dezembro do ano passado, os dois chefes da jogatina passaram apenas 23 dias na cadeia. Livres, reativaram a rede de contatos e voltaram a explorar o jogo do bicho com mais força. Quatro meses depois das prisões, a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) fez, pela segunda vez, um amplo levantamento dos principais locais de atuação de Helinho e João Carlos. Identificou 11 cidades e dezenas de pontos de apostas em atividade novamente.

O Correio teve acesso à investigação de abril deste ano e voltou aos lugares apontados pela Polícia Civil . A reportagem constatou que nada mudou, desde a Operação Armadilha (veja Memória). Muito pelo contrário: os dois patrões do bicho expandiram os tentáculos da organização criminosa. A contravenção prevista no artigo 58 da Lei de Contravenções Penais (veja O que diz a lei) pode ser vista facilmente tanto em bairros nobres, como Lago Sul e Asa Norte, quanto em cidades carentes, como Samambaia e Ceilândia.

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